A Fusariose é uma enfermidade de origem fúngica que tem despertado apreensão entre agricultores, pesquisadores e especialistas em segurança alimentar global. Ela afeta diversas culturas agrícolas, resultando na devastação de safras e prejudicando a qualidade dos produtos alimentícios. Recentemente, em Macapá, ao menos sete pessoas foram contaminadas pela bactérias e perderam a visão após participarem de um mutirão de cirurgias de catarata, organizado pelo Programa Mais Visão.
Segundo informações do Ministério da Saúde, os fungos pertencentes ao gênero Fusarium, que são encontrados no ambiente na forma de esporos, tanto como saprófitas do solo quanto como patógenos comuns de plantas e grãos. Esses micro-organismos foram associados a infecções, principalmente em pacientes imunocomprometidos, como aqueles que sofrem de neoplasias hematológicas ou passaram por transplante de medula óssea. No entanto, a infecção também pode ocorrer em pessoas com sistema imunológico saudável.
Os fungos encontram condições climáticas ideais para seu desenvolvimento em regiões tropicais e subtropicais e a fusariose é classificada como a terceira infecção fúngica mais comum. De acordo com a Secretaria de Saúde do Amapá (Sesa), dos 141 pacientes atendidos, 104 foram afetados, desencadeando quadros de endoftalmite: rara infecção que envolve a invasão de micro-organismos na parte interna do olho, afetando tecidos, fluidos e estruturas oculares. Dos pacientes que apresentaram complicações graves, sete deles precisaram passar por evisceração, um procedimento em que o globo ocular é removido do crânio.
Ainda conforme o Ministério, a contaminação ocorre, principalmente, por meio da inalação de esporos fúngicos presentes no ambiente ou pela inoculação direta do fungo na pele, como pode ocorrer em feridas cirúrgicas, queimaduras, úlceras profundas e celulite facial. No contexto do Amapá, o tratamento pode também compreender a administração de injeções de antibióticos diretamente no olho ou a realização de procedimentos cirúrgicos. A abordagem terapêutica deve ser personalizada e guiada por profissionais médicos, adaptando-se a cada caso específico.