Risco de leptospirose aumenta durante chuvas de verão

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A leptospirose, doença transmitida através do contato com a urina de animais, especialmente ratos infectados pela bactéria Leptospira, apresenta um aumento de risco durante o verão por ser um período marcado por chuvas intensas que resultam em enchentes e alagamentos.

A ocorrência dessa enfermidade está frequentemente associada a condições precárias de infraestrutura sanitária e à alta infestação de ratos portadores da bactéria. A propagação da leptospirose é facilitada em ambientes inundados, tornando grupos expostos a alagamentos mais suscetíveis a surtos da doença.

A transmissão ocorre pelo contato com a urina de animais infectados diluída na água das enchentes. Mucosas, lesões na pele ou até mesmo uma pele íntegra imersa na água contaminada por um período prolongado podem resultar em contaminação. Infectologistas destacam que não é a água da chuva em si que causa a doença, mas sim a água proveniente de enchentes, especialmente em ambientes urbanos onde a presença de ratos é comum.

O período de incubação da doença varia de 1 a 30 dias, geralmente manifestando sintomas entre uma e duas semanas após a exposição. Febre, dor de cabeça, dor muscular, falta de apetite, náuseas e vômitos são sintomas comuns.

Indivíduos expostos à água de alagamentos ou enchentes devem estar atentos a esses sintomas. O diagnóstico é realizado por meio de exame de sangue. Contudo, em cerca de 15% dos casos, a doença evolui para uma forma mais grave conhecida como síndrome de Weil, caracterizada por icterícia, insuficiência renal e hemorragias, com uma elevada taxa de mortalidade. Vale ressaltar que, muitas vezes, a leptospirose apresenta uma forma clínica leve, mas em casos graves, a síndrome de Weil pode resultar em condições extremamente críticas.

No tratamento, casos leves podem ser atendidos ambulatorialmente, mas para situações mais graves, a hospitalização imediata é crucial para prevenir a progressão do quadro e reduzir a chance de letalidade. O uso de antibióticos deve ser iniciado no momento da suspeita. Os cuidados terapêuticos fundamentais incluem diálise e monitoramento da insuficiência renal aguda, se essa condição se manifestar. Nos casos mais graves, os médicos enfatizam a importância do suporte clínico intensivo.

Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

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