Um estudo recente realizado na Suécia concluiu que pessoas hipocondríacas têm uma tendência a morrer mais cedo. Parece intrigante, uma vez que essas pessoas são definidas por sua preocupação exacerbada com a saúde – mas não necessariamente com problemas – apresentem uma expectativa de vida mais curta do que a população em geral.
Esse transtorno pode ser caracterizado como uma condição de saúde mental marcada pela preocupação excessiva com a própria saúde, muitas vezes acompanhada da crença infundada de enfrentar uma condição médica grave. Pessoas com esse diagnóstico podem realizar visitas frequentes ao médico ou evitar totalmente o contato, alegando a possibilidade de diagnóstico de uma condição real e potencialmente fatal.
Em média, aqueles mais preocupados com a saúde tiveram uma expectativa de vida cinco anos menor do que seus pares menos preocupados. Além disso, o risco de morte aumentou tanto por causas naturais quanto não naturais. Indivíduos com o transtorno que faleceram por causas naturais apresentaram uma maior mortalidade por causas cardiovasculares, respiratórias e desconhecidas. Curiosamente, não foi observado um aumento na mortalidade por câncer, apesar da disseminação da ansiedade relacionada ao medo dessa doença nessa população.
A principal causa de morte não natural no grupo com o transtorno foi o suicídio, com uma taxa pelo menos quatro vezes maior do que a observada entre aqueles sem o transtorno. É conhecido que o transtorno de ansiedade por doença está fortemente associado a transtornos psiquiátricos, e, dado o aumento do risco de suicídio associado a essas condições, essa conclusão parece bastante razoável.
Adicionalmente, os pacientes podem sentir-se estigmatizados e desconsiderados, contribuindo para a ansiedade e depressão, o que, em última análise, pode levar ao suicídio em alguns casos. O aumento do risco de morte por causas naturais é mais desafiador de explicar e fatores como estilo de vida podem desempenhar um papel fundamental neste processo. O consumo de álcool, tabaco e drogas é mais comum em pessoas ansiosas e com transtornos psiquiátricos – o que ocasiona uma vulnerabilidade maior.