Um estudo do Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC), com dados de 2021, indica que quase três em cada cinco meninas adolescentes relataram sentir-se constantemente tristes ou sem esperança, o que representa um aumento de quase 60% em relação a 2011, quando 36% das mulheres jovens disseram que se sentiam assim.
Embora as autoridades de saúde apontem que o alto risco de suicídio, depressão, uso de drogas e outros problemas em adolescentes pode responder a uma mistura de vários fatores, os especialistas destacam o papel das redes sociais na deterioração da saúde mental dos jovens .
Entre esses especialistas está Donna Jackson Nakazawa, escritora especializada em neurociência, imunologia e emoção, que, no final de 2022, publicou o livro Girls on the Brink (“Garotas no Limite”, em tradução livre; sem edição brasileira), no qual explora essa situação. A autora explica as causas biológicas, sociais e culturais por trás do aumento chocante do número de adolescentes com problemas de depressão e ansiedade nos Estados Unidos. Embora reconheça que isso é causado por múltiplos fatores, ela afirma que “as redes sociais são as principais culpadas e são muito mais tóxicas para as meninas”.
As meninas estão mais nas redes sociais do que os meninos. Sabemos que, mesmo que passem o mesmo tempo online que os homens, é mais provável que acabem se sentindo deprimidas, ansiosas, sem esperança e persistentemente tristes. Em parte, isso tem causas externas. O que as meninas encontram nas redes sociais tem um teor muito mais sexista. É mais provável que sejam informações sobre seus corpos, seus rostos, sua pele, suas roupas, como elas se comparam fisicamente a algum falso ideal feminino sob o olhar masculino do que é perfeição, do que é aceitável e do que não é. Então a carga que elas recebem é maior.
Fonte: BBC
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