A associação da obesidade abdominal com a fraqueza muscular pode aumentar em 85% o risco de morte por doenças cardiovasculares em pessoas com mais de 50 anos. É o que aponta um artigo feito pela Universidade de São Carlos (UFSCar) e a College London publicado na revista Age and Ageing.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores acompanharam durante oito anos 7.030 participantes do English Longitudinal Study of Ageing (Estudo ELSA) com 50 anos ou mais.
Alexandre, que é autor do estudo apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) afirma que, “curiosamente, pessoas analisadas que tinham apenas gordura abdominal não apresentaram aumento significativo no risco de morte cardiovascular”.
Segundo o artigo, a obesidade abdominal dinapênica, que é a combinação da obesidade abdominal e fraqueza muscular, faz com que a gordura gere uma inflamação crônica, prejudicando o metabolismo e aumentando os riscos dessas doenças. No entanto, ainda não se sabe o que vem antes: a obesidade ou a fraqueza.
O diagnóstico de obesidade abdominal dinapênica foi feito com base na circunferência da cintura maior que 102 centímetros para homens e maior que 88 centímetros para mulheres.
Já a fraqueza muscular foi medida usando como referência a força da mão – menor que 26 quilos para homens e menor que 16 quilos para mulheres.
“Mostramos que a questão não é só a quantidade de gordura, mas sim a quantidade de gordura e a condição desse músculo ser capaz de gerar força. Pois, quando está com gordura infiltrada, ele já enfraqueceu e isso gera uma tempestade perfeita para o aumento de risco de morte cardiovascular”, afirma Alexandre.
O estudo também serve de alerta, segundo o pesquisador, já que a obesidade abdominal dinapênica é reversível e pode ser tratada com treinamento aeróbio, exercício de ganho de força muscular e alimentação adequada.