Parceria importante para pacientes oncológicos do SUS

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O Instituto Nacional do Câncer (INCA) e Fundação Oswaldo Cruz iniciaram parceria por meio da qual o Instituto irá realizar os ensaios clínicos para cânceres hematológicos no âmbito da Estratégia Fiocruz para Terapias Avançadas, lançada nesta terça-feira (26/3). O objetivo da iniciativa é beneficiar pacientes com doenças oncológicas, infecciosas e genéticas atendidos pelo Sistema Único de Saúde.

A Estratégia é resultado de acordo de colaboração do Ministério da Saúde (MS) e da Fiocruz com a organização norte-americana sem fins lucrativos Caring Cross, que prevê a transferência de tecnologia à Fundação para a produção de células CAR-T e vetores lentivirais. As terapias com células CAR-T representam um tratamento revolucionário, pois utilizam as próprias células imunológicas do corpo para atingir e destruir as células infectadas.

O INCA vai dar início à condução dos ensaios clínicos para cânceres hematológicos a partir de um memorando de entendimento para cooperação na área de oncologia, assinado ano passado. O processo contará com dois contêineres customizados, que funcionarão como estações de trabalho adequadas à produção de terapias genéticas e instalados próximos aos locais de tratamento. Um dos containers ficará na Fiocruz e o outro no INCA, ambos no Rio de Janeiro.

“Esse arranjo mostra o poder de mobilização das instituições públicas federais, com complementação entre a capacidade produtiva da Fiocruz e a excelência no tratamento oncológico do INCA, para oferecermos à população um tratamento inovador”, destacou o pesquisador do Instituto Martín Bonamino. Segundo ele, os tratamento devem começar resultantes da parceria devem começar no próximo ano.

O acordo estabelece que o INCA cuidará de seus pacientes e acolherá, também, aqueles indicados por outras instituições. Nas fases avançadas da pesquisa, há ainda a possibilidade de preparar as células no Instituto e tratar os pacientes em outras unidades de saúde. “Estamos orgulhosos de liderar avanços no tratamento do câncer com a tecnologia CAR-T. Esse pioneirismo do INCA reflete nosso compromisso em oferecer opções inovadoras e promissoras para nossos pacientes, visando resultados mais eficazes e uma esperança renovada no controle da doença”, reforçou o diretor-geral do Instituto, Roberto Gil.

O potencial transformador dos tratamentos com células CAR-T é muito prejudicado por seus altos custos, frequentemente superiores a US$ 350 mil (cerca de R$ 2 milhões) a dose. O preço exorbitante torna essas terapias que salvam vidas inacessíveis a muitos pacientes de regiões de baixa e média rendas, limitando o acesso ao tratamento inovador. Com a produção local, o tratamento poderia estar disponível gratuitamente para a população e o custo para o SUS se reduziria a 10% do valor atualmente praticado na Europa e EUA, passando para US$ 35 mil (R$ 173 mil).

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