Novo remédio pretende eliminar superbactérias, 2ª principal causa de mortes no mundo

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Uma pesquisa liderada pela Texas A&M University resultou no desenvolvimento de uma nova família de polímeros capazes de eliminar bactérias sem promover o aumento da resistência a antibióticos.

Esse é um dos principais desafios da ciência, já que as bactérias resistentes a antibióticos têm potencial de letalidade e demandam a descoberta de medicamentos mais fortes. Infecções bacterianas comuns se tornaram a segunda principal causa de morte e foram associadas a uma em cada oito óbitos em todo o mundo em 2019. Naquele ano, foram registradas 7,7 milhões de mortes associadas a 33 infecções bacterianas comuns, sendo que apenas cinco bactérias foram ligadas a mais da metade de todos os óbitos.

Segundo os autores, para reduzir a carga de doenças causadas por infecções bacterianas comuns, é crucial construir sistemas de saúde mais robustos com ampliada capacidade laboratorial de diagnóstico, implementar medidas de controle e otimizar o uso de antibióticos. Das 13,7 milhões de mortes estimadas relacionadas à infecção em 2019, 7,7 milhões estavam associadas aos 33 patógenos bacterianos examinados. Essas mortes representaram 13,6% de todos os óbitos globais e mais da metade daquelas ligadas à sepse naquele ano. Notavelmente, mais de 75% das 7,7 milhões de mortes bacterianas resultaram de três síndromes principais: infecções respiratórias inferiores, infecções da corrente sanguínea e infecções peritoneais e intra-abdominais.

O Dr. Quentin Michaudel, líder da pesquisa e professor do departamento de Química da universidade, destaca a relevância dos novos polímeros na luta contra a resistência aos antibióticos. Essas moléculas antibacterianas operam por um mecanismo que as bactérias não parecem desenvolver resistência. Os polímeros foram testados em duas superbactérias, Escherichia coli e Staphylococcus aureus (MRSA). Simultaneamente, a pesquisa explorou o impacto desses polímeros nos glóbulos vermelhos humanos. Michaudel destaca um desafio comum em polímeros antibacterianos: a falta de seletividade entre bactérias e células humanas ao atingirem a membrana celular.

“A chave é encontrar um equilíbrio certo entre inibir eficazmente o crescimento bacteriano e evitar danos indiscriminados a vários tipos de células”, explica Michaudel. O objetivo do grupo agora é estudar a seletividade dos polímeros para assegurar que eliminem as bactérias sem prejudicar as células humanas. Somente após essa avaliação, o grupo planeja iniciar os testes em organismos vivos.

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