Ministério da Saúde estuda incluir exame periódico de tomografia de pulmão no calendário do SUS

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O Ministério da Saúde está analisando a inclusão do exame periódico de tomografia de pulmão no calendário do SUS.

A aposentada Regina Coelho fumou por mais de quatro décadas e justamente quando estava tentando parar, em 2022, aos 68 anos, descobriu um nódulo no pulmão.

“É assustador, porque a gente nunca acha que isso vai acontecer com a gente”, conta.

O câncer estava em estágio inicial. Em 2023, ela retirou o tumor. Mas, na maioria das vezes, não é assim que acontece. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, o Inca, esse é o tipo que mais mata no mundo entre os homens e o segundo entre as mulheres.

O Inca estima mais de 32 mil novos casosde câncer de tranqueia, brônquios e pulmão em 2023 no país. E o cigarro é o principal fator de risco.

Para tentar reverter esse quadro, as sociedades de cirurgia torácica, de pneumologia e de radiologia estão indicando, pela primeira vez, um exame periódico para rastreamento de câncer de pulmão, assim como já é feito com o câncer de mama e o de próstata: a tomografia de baixa dosagem de radiação do tórax.

A recomendação para fazer esse exame uma vez por ano vale para quem tem entre 50 anos e 80 anos e que seja fumante ou tenha parado de fumar há menos de 15 anos. Segundo os médicos, estudos apontaram que o diagnóstico precoce pode diminuir em cerca de 20% as mortes por câncer de pulmão.

“A tomografia de tórax de baixa dosagem feita nesses pacientes vai permitir com que a gente encontre lesões ou lesões suspeitas de câncer de pulmão iniciais. Esse é o grande objetivo. A gente tenta diminuir ao máximo possível a radiação para que a gente não tenha problema relacionado à radiação no futuro”, explica Daniel Bonomi, diretor científico da Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica.

 

Em nota, o Ministério da Saúde reforçou a importância da detecção precoce do câncer e da garantia de tratamento a todos os pacientes e declarou que o diagnóstico preventivo de câncer de pulmão é feito na investigação de sintomas – como tosse, dispneia, fadiga e emagrecimento – ou por achado radiológico atípico em exame realizado com outro propósito.

Ainda segundo o ministério, a incorporação do exame para prevenção e detecção precoce do câncer de pulmão faz parte das discussões do grupo de trabalho interno do ministério e debatido conjuntamente com o Inca.

 

“O nosso papel como sociedade civil e como grupo de especialistas é apoiar toda essa estratégia do ministério na composição de evidências e de estudos de viabilidade para que isso lá na frente se traduza em benefício para os nossos pacientes”, diz Gustavo Prado, coordenador da Comissão de Câncer da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

Depois do susto, Regina só quer agora saber de aproveitar a vida.

“Eu quero mais é poder viver melhor, curtir o neto, poder usufruir dessa possibilidade de saúde que estou me dando”, conta Regina Coelho.
Fonte: G1

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