‘Lifting de vampiro’: casos de infecção por HIV ligados ao procedimento estético são investigados nos EUA

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Um salão de beleza na cidade de Albuquerque, nos Estados Unidos, está sendo investigado após cinco casos de infecção pelo HIV terem sido ligados ao procedimento estético conhecido como “lifting de vampiro” ou “vampire facial”, realizado no local.

O departamento de Saúde do Novo México, estado americano onde fica o município, emitiu um alerta para que indivíduos que tenham sido submetidos a técnicas com o uso de injetáveis no estabelecimento, como o lifting ou botox, procurem a unidade para aconselhamento e testagem de HIV, hepatite B e hepatite C.

“É muito importante que divulguemos e lembremos as pessoas que receberam qualquer tipo de injeção relacionada aos serviços prestados no salão para que façam testes gratuitos e confidenciais”, disse Laura Parajon, secretária adjunta do departamento, em comunicado.

O local, chamado VIP Beauty Salon and Spa, foi fechado ainda em setembro de 2018, depois que ao menos dois clientes receberam um diagnóstico de infecção pelo HIV que foi associado ao procedimento do “lifting de vampiro”.

Na época, uma inspeção do departamento de Saúde identificou “práticas que poderiam potencialmente espalhar infecções transmitidas pelo sangue” relacionadas ao uso inadequado de seringas e agulhas no local, segundo a nota.

Mais de 100 pessoas foram testadas como parte da investigação. Em 2022, a dona do salão, Maria Ramos de Ruiz, foi considerada culpada de cinco acusações criminais por praticar medicina sem licença e recebeu uma sentença de três anos e meio na prisão.

A investigação, porém, foi reaberta depois que o departamento recebeu, neste ano, um relatório sobre um caso recém-diagnosticado de HIV cuja única exposição relatada pelo indivíduo foi um tratamento de “lifting de vampiro” no local, em 2018.

Desde o relato do novo caso, o departamento “identificou infecções adicionais por HIV com conexão direta ou indireta com os serviços prestados no VIP Spa”, diz em nota. À emissora americana NBC News, um porta-voz da unidade confirmou terem sido registrados mais dois casos, totalizando cinco até agora na investigação.

De acordo com o representante do departamento, “o sequenciamento genético dos casos de HIV confirma um grupo único e altamente relacionado de infecções entre os ex-clientes do VIP Spa sem outros fatores de risco conhecidos”.

O que é o ‘lifting de vampiro’?

O “lifting de vampiro” é um procedimento estético que tem ganhado repercussão após celebridades como Kim Kardashian, Anitta, Angelina Jolie, Gisele Bündchen e diversas outras terem aderido e compartilhado nas redes sociais.

Popular nas clínicas de estética, a técnica é oficialmente chamada de Plasma Rico em Plaquetas (PRP) e busca rejuvenescer a aparência do rosto. Para isso, é retirado um pouco de sangue da pessoa, geralmente por volta de 10 ml.

Depois, o material passa por um centrífuga, que separa o plasma com altas concentrações de plaquetas. Isso porque elas são células com fatores de crescimento que estimulam a renovação celular, a produção de colágeno e de elastina.

O objetivo é que, quando aplicado no rosto, essas plaquetas diminuam as linhas de rugas e de expressão especialmente por meio do estímulo à produção do colágeno, proteína que confere rigidez e elasticidade à pele e cuja síntese diminui com a idade.

No geral, a técnica é considerada segura, com o risco apenas de pequenos hematomas na região, que desaparecem com o tempo. No entanto, quando o estabelecimento não tem os devidos cuidados sanitários, como foi o caso no salão de Albuquerque, há sempre o risco de doenças transmitidas pelo compartilhamento de agulhas.

Além disso, no Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) considera o método experimental e, com isso, permite apenas a sua realização como parte de estudos clínicos.

Fonte: O Globo

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