A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu uma nova diretriz que autoriza o uso de leite de vaca para bebês de 6 a 11 meses que não são alimentados com leite materno.
“Para bebês de 6 a 11 meses que recebem leites diferentes do leite materno, pode-se oferecer fórmula infantil ou leite de origem animal”, afirma a OMS, conforme publicado no “Guia para alimentação complementar de bebês e crianças de 6 a 23 meses de idade”.
Essa recomendação difere das orientações de algumas sociedades médicas, que indicam exclusivamente fórmulas para bebês nessa faixa etária que não mamam. Os tipos de leites de origem animal aceitáveis incluem leite animal pasteurizado, leite reconstituído evaporado (mas não condensado), leite fermentado ou iogurte natural. Esta orientação, no entanto, não se distancia significativamente do que o Ministério da Saúde já divulgava em 2019 no seu “Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos”.
A pasta também destaca que o leite de vaca pode ser utilizado como ingrediente em receitas caseiras a partir dos 6 meses de idade. Apesar da recomendação nacional, o Ministério da Saúde enfatiza que, se a criança ainda é amamentada, não é necessário substituir o leite materno pelo leite de vaca ou pela fórmula antes dos seis meses. Para bebês de 12 a 24 meses que não mamam, a OMS sugere a oferta de leite de vaca ao invés das fórmulas de transição.
Essa atualização está em discordância com as recomendações de entidades médicas, como a Sociedade Brasileira de Pediatria – que enfatiza o uso de fórmula em casos de bebês que não são amamentados no peito ou necessitam de complementação ao aleitamento materno. Estudos indicam que a introdução de leite animal antes do primeiro ano de vida pode acarretar prejuízos à saúde da criança. Por exemplo, no Guia Prático de Alimentação para crianças de zero a cinco anos (2022), é alertado que o leite de vaca não deve ser consumido antes do primeiro ano de vida.
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