Mortes ligadas ao HPV é alta no Brasil, entenda a sua relação com o câncer

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Estudo da Fundação do Câncer revela que cerca de 6 mil casos de câncer relacionados ao HPV poderiam ser evitados por meio da prevenção primária a cada ano, isso sem contar os 17 mil casos estimados anualmente de câncer do colo do útero, tipo mais frequente associado pelo HPV.

A pesquisa analisou diferentes tipos de câncer no Brasil, como orofaringe, ânus e canal anal, vagina, vulva e pênis. A publicação traz informações que mostram que a maioria dos pacientes já chega às unidades de saúde em estágios avançados. Os dados destacam ainda que o não adoecimento por esses tipos de doenças preveníveis em grande parte por meio da vacinação, poderia impactar os custos da Saúde no país.

“Além de evitar 4,5 mil mortes/ano, o que equivale a um expressivo número de 75% de mortalidade, a prevenção iria reduzir os gastos com diagnóstico, tratamento e internações, inclusive abrindo espaço para pacientes com outros tipos de câncer no sistema de saúde”, confirma Luiz Augusto Maltoni, diretor executivo da Fundação do Câncer.

A análise do perfil dos pacientes diagnosticados com cinco tipos específicos de cânceres revela que a maioria, abrangendo homens e mulheres, tem idade acima de 50 anos (78%), apresenta baixa escolaridade (64%) e pertence ao grupo racial negro (56% para homens e 53% para mulheres). Quanto ao estágio do câncer de orofaringe, que se desenvolve na parte da garganta, constata-se que os diagnósticos ocorrem em estágios avançados em todo o Brasil, com percentuais de 88% para homens e 84% para mulheres. Em relação ao intervalo entre o diagnóstico e o tratamento, a maioria dos homens afetados pela doença (65%) inicia o tratamento em até 60 dias quando encaminhados sem diagnóstico prévio.

Os dados revelam que as regiões Nordeste (44%) e Sudeste (36%) apresentam maiores períodos de espera entre diagnóstico e tratamento. Entre aqueles encaminhados com algum diagnóstico, apenas 39% têm o tratamento iniciado em até 60 dias. Para mulheres diagnosticadas, o tempo de espera é mais prolongado (62%), sendo ainda mais destacado no Centro-Oeste (70%), Sudeste (65%) e Norte (64%). O estágio do câncer de ânus e canal anal chama atenção, com percentuais significativos de pacientes chegando às unidades de saúde em estágios avançados (55% para homens e 54% para mulheres). Dos homens encaminhados sem diagnóstico prévio, a maioria (66%) inicia o tratamento em até 60 dias. No entanto, para aqueles com diagnóstico em mãos, apenas 40% iniciam o tratamento nesse prazo. Em relação às mulheres, 64% daquelas que chegam ao hospital sem o diagnóstico conseguem iniciar o tratamento em até 60 dias.

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