Doença falciforme: hematologista alerta para índices em Salvador

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Em alusão ao Dia Mundial de Conscientização da Doença Falciforme, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) realizou o seminário “Doença Falciforme: Entender para Respeitar”.

A atividade ocorreu na quarta-feira (19), na Escola de Saúde Pública de Salvador (ESPS), localizada na Rua Miguel Calmon, no Comércio

O objetivo do seminário foi esclarecer aos profissionais de saúde municipais os aspectos clínicos da doença, orientar sobre o atendimento aos pacientes e combater o preconceito, ampliando a visibilidade dessa enfermidade ainda pouco conhecida pela sociedade.

Segundo a hematologista e pediatra Jamile Nicanor, Salvador é a capital com a maior incidência de casos de doença falciforme no Brasil, com cerca de uma a cada 640 pessoas na Bahia sendo portadoras do gene da hemoglobina falciforme.

“Poucas pessoas conhecem essa condição, apesar de estar no campo da ciência desde 1910. Ela acomete uma grande população aqui por questões históricas e étnicas, já que a doença é oriunda das regiões da África de onde vieram os escravos. Hoje, com a miscigenação e o aumento da população afrodescendente, essa incidência continua alta. Portanto, é importante que se estude mais sobre a doença para que a ciência possa desenvolver novas terapias e oportunidades de tratamento para essas pessoas”, avaliou a palestrante.

A técnica do campo temático da doença falciforme, Marivone Monteiro, lembrou que o tratamento para pacientes com doença falciforme pode ser feito em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Salvador, além de dois ambulatórios municipais com dermatologistas, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e técnicos de enfermagem, formando a equipe para atendimento especializado. “Os sintomas começam a se manifestar a partir dos dois anos de idade, por isso é essencial que o paciente tenha um acompanhamento regular com uma equipe multidisciplinar ao longo de toda a vida”, explicou.

Doença – A doença falciforme é hereditária, grave, crônica e degenerativa, caracterizada por uma alteração no gene que produz a hemoglobina, prejudicando o transporte de oxigênio aos pulmões e tecidos do corpo. Os principais sintomas incluem crises de dor, icterícia, síndrome mão-pé, anemia e infecções.

O tratamento depende muito do diagnóstico precoce, realizado através do teste do pezinho nas primeiras semanas de vida do bebê e também pelo exame de sangue de eletroforese de hemoglobina, indicado para crianças a partir de quatro meses, jovens, adultos e gestantes. Com prevenção e tratamento, é possível garantir mais qualidade de vida da pessoa afetada. Estima-se que seja a doença genética mais comum no mundo.

Foto: Instituto Saúde e Cidadania

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