Dia internacional da Síndrome de Down: 3 estratégias para desenvolver a autonomia de crianças

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O Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado neste 21 de março, é dedicado a promover conscientização e reflexão global sobre os direitos das pessoas que convivem com essa condição, a fim de promover inclusão. Segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, existem aproximadamente 300 mil pessoas com síndrome de Down. A condição genética, que resulta de uma cópia extra do cromossomo 21 (trissomia 21), pode se manifestar com diferentes níveis de desenvolvimento e autonomia.

Para a fisioterapeuta Jamaica Araújo, fundadora da Clínica Espaço Kidsa inclusão social é um dos pilares fundamentais para a criança se envolver ativamente e conseguir desenvolver aspectos motores, sociais e emocionais. A especialista enfatiza que a síndrome de Down não deve ser vista como uma limitação, mas sim como uma manifestação única da diversidade humana. “Os indivíduos que têm essa condição genética apresentam um grande potencial para ser desenvolvido, precisando apenas de mais tempo e de estímulos, para aprimorar suas habilidades e capacidades”.

As habilidades cognitivas e físicas de quem tem a síndrome podem variar significativamente de uma pessoa para outra e as evidências científicas mostram que crianças com Down são capazes de alcançar altos níveis de autonomia e independência quando recebem apoio adequado e estimulação precoce, podendo ter acesso ao emprego e a uma vida com independência, dentro das suas potencialidades.

 “As maiores dificuldades enfrentadas pelas crianças com síndrome de Down e suas famílias são a carência de informação e a falta de apoio adequado para desenvolver a autonomia dos pequenos. Com intervenções terapêuticas eficientes, educação inclusiva e o estabelecimento de rotinas consistentes, a partir de uma abordagem multidisciplinar, elas têm a capacidade de desenvolver habilidades e competências que lhes permitem alcançar marcos importantes e desfrutar de uma vida com mais qualidade”, destaca Jamaica.

Para estimular o desenvolvimento de habilidades cognitivas, psicológicas, sociais e motoras, a especialista indica algumas abordagens que devem ser propostas de forma individualizada, levando em consideração as particularidades de cada criança.

Estimulação precoce:

Estimular as crianças com Síndrome de Down desde cedo, principalmente nos primeiros anos de vida, é fundamental para seu desenvolvimento. Nesse contexto, a especialista explica que atividades lúdicas e práticas desempenham um papel essencial na estimulação precoce, tornando o processo divertido e envolvente para a criança. Essas atividades englobam brincadeiras, exercícios, uso de brinquedos interativos e interação social em diferentes ambientes.

“O diferencial da abordagem multidisciplinar é que conseguimos reunir várias áreas de atuação, como fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional, musicoterapia e psicologia para trabalharem de forma integrada e individualizada, seja na prática de exercícios físicos para aprimorar a coordenação motora, força muscular e integração sensorial, tudo na forma de jogos e atividades lúdicas que ajudam a estimular as habilidades e potencialidades da criança”, ressalta Jamaica.

Treinamento de habilidades sociais:

Além disso, as crianças podem enfrentar desafios específicos na comunicação devido a características físicas, cognitivas e linguísticas associadas à síndrome. “Então, é importante estimular os pequenos a desenvolver habilidades sociais e pragmáticas, incluindo a capacidade de iniciar e manter conversas, interpretar pistas sociais e se comunicar de maneira eficaz em situações sociais”.

Desenvolvimento motor:

O desenvolvimento motor em crianças com Síndrome de Down pode ser estimulado por meio de estratégias específicas que levam em consideração as características individuais dessa condição. Podem ser propostas brincadeiras que incentivem o equilíbrio, a coordenação motora e a força muscular, assim como práticas de incentivo à independência e até a musicoterapia. “A música pode incentivar o desenvolvimento de habilidades motoras finas e grossas. Dançar, tocar instrumentos musicais simples e fazer movimentos ritmados podem melhorar a coordenação motora e melhorar a resposta sensorial”.

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