Em 2024 o Brasil deve enfrentar um aumento expressivo nos casos de dengue, conforme alerta o Ministério da Saúde em uma recente Nota Informativa. Entidades científicas também emitiram alertas sobre uma potencial onda de infecções, indicando a possibilidade de ultrapassar registros históricos, agravada por resultados já considerados recordes.
A análise da Organização Mundial da Saúde, em outubro, sobre os impactos do calor excessivo associado ao fenômeno climático El Niño nas populações, incluindo o Brasil, destaca a preocupação com o aumento das arboviroses urbanas, doenças virais transmitidas por mosquitos. O país enfrenta um aumento nos casos do tipo 3 da dengue para o qual a população possui pouca proteção, conforme ressalta pesquisadores. A rápida reemergência do sorotipo DENV3 com um alto número de suscetíveis, torna o cenário epidemiológico propício a um aumento significativo na transmissão de dengue em 2024 – onde incentiva a possibilidade de uma epidemia com proporções inéditas na série histórica, conforme aponta na análise, que também destaca o aumento da chikungunya em municípios de grande porte com elevadas taxas de ataque e sobrecarga nos serviços de saúde/óbitos.
Apesar das medidas tradicionais para combater o mosquito Aedes aegypti, propagadas por décadas, o Brasil ainda enfrenta desafios significativos no controle do problema. Os números elevados de casos em 2022 e 2023 aumentam o potencial de um surto grave em 2024, com recordes consecutivos de 1,5 milhões e 1,6 milhões de pessoas infectadas nos dois anos, ambos com um total de óbitos superior a mil, uma situação inédita. A dengue é causada por um vírus transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti em água parada, atualmente tem quatro tipos circulando no planeta, e a dinâmica da doença favorece a ocorrência de ondas mais graves.
Os sintomas geralmente incluem febre alta, dores musculares, nas articulações e erupções na pele, podem evoluir para hemorragias internas e óbito. O Ministério da Saúde orienta a população a procurar o serviço de saúde mais próximo ao surgirem os primeiros sintomas.