A temporada de avanço da dengue, impulsionada pelas altas temperaturas e chuvas intensas, tem gerado um aumento significativo na busca por exames da doença em todo o Brasil. Dados preliminares da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que representa cerca de 60% de todos os testes realizados pela saúde suplementar, indicam um salto de 77% na procura em janeiro em comparação com o mês anterior.
Entre 16 e 22 de dezembro, foram realizados 8.606 testes. Quatro semanas depois, de 7 a 13 de janeiro, esse número aumentou para 15.246. Além disso, a positividade, que é a proporção de testes com resultado positivo, também cresceu de 18% para 22%, chegando a 24% na semana de 31 de dezembro a 6 de janeiro.
Comparativamente aos dados de 2023, o levantamento da Abramed revela que janeiro deste ano está levando mais pessoas aos laboratórios do que o esperado para esse período. No ano passado, foram realizados 20.746 testes nas duas primeiras semanas de janeiro. Em 2024, esse número subiu para 26.162, representando um aumento de 26%.
Esses números evidenciam uma crescente preocupação com a doença, especialmente quando as primeiras doses da vacina começam a chegar ao Brasil para serem incorporadas ao programa de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS). Inicialmente, devido à quantidade limitada, a vacinação será priorizada para jovens de 10 a 14 anos em grandes cidades com alta transmissão de dengue, com previsão de início da campanha em fevereiro.
Conforme dados do Ministério da Saúde, até 17 de janeiro, o país registrou 55.859 casos, em comparação com 26.801 no mesmo período de 2023, ano que registrou o recorde de mortes pela doença na série histórica.
A última atualização do ministério revela 1.094 óbitos em 2023, superando 2022, que contabilizou 1.053 vidas perdidas. Em relação aos casos, foram diagnosticados 1.658.816 em 2023, em comparação com 1.420.259 no ano anterior. Apesar disso, o ano passado permanece abaixo de 2015, quando o Brasil registrou o recorde de 1.688.688 casos de dengue.