Estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Monash, da Austrália, mostra que o uso diário e prolongado de aspirina aumenta em 20% o risco de anemia em idosos, acima dos 70 anos. Os cientistas sugerem que o monitoramento da doença seja feito de forma regular nesse tipo de grupo que toma o medicamento regularmente.
Estudo mostrou também que os exames de sangue dos participantes que receberam aspirina revelaram níveis mais baixos de ferroEstudo mostrou também que os exames de sangue dos participantes que receberam aspirina revelaram níveis mais baixos de ferro Freepik
A pesquisa acompanhou mais de 18 mil indivíduos que fazem parte de um ensaio controlado chamado Aspree, que avalia o impacto da aspirina na redução de problemas de saúde entre idosos. Todos os participantes, residentes da Austrália e Estados Unidos, eram inicialmente saudáveis e registram incidentes de anemia depois de cinco anos de uso do medicamento.
Para a análise, os participantes foram separados em dois grupos. Metade recebeu uma dose baixa diária de 100 miligramas de aspirina, enquanto a outra parte dos voluntários recebeu placebo. A análise revelou que o risco de desenvolver anemia foi 20% maior no grupo da aspirina em comparação com o grupo que tomou placebo.
O estudo australiano mostrou também que os exames de sangue dos participantes idosos que receberam aspirina revelaram um declínio mais rápido da hemoglobina e níveis reduzidos de ferritina, proteína que transporta ferro, presente no feijão, carnes vermelha, beterraba e em frutas como Kiwi, morango, abacaxi e laranja.
A baixa da ferritina pode causar, por exemplo, a sensação de fraqueza, falta de disposição (fadiga), dificuldade de concentração, palidez, sonolência, perda de memória, falta de apetite, queda de cabelo, dores de cabeça e tontura.
A anemia pode ser um efeito colateral da ferritina baixa, porém, pode também ser sua causa. Embora o sangramento seja um efeito colateral conhecido da aspirina, poucos estudos anteriores analisaram o efeito do uso prolongado de aspirina no desenvolvimento progressivo de anemia em idosos.
Anemia é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a condição na qual o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do normal como resultado da carência de um ou mais nutrientes essenciais.
Crianças, gestantes, lactantes, meninas adolescentes e mulheres adultas em fase de reprodução são os grupos mais afetados pela doença, muito embora homens (adolescentes e adultos) e os idosos também possam ser afetados por ela.
Fonte: O Globo / Imagem: Google