Os Estados Unidos aprovaram a primeira vacina contra a chikungunya.
Os testes foram feitos em 362 voluntários adultos, na América do Norte. Quase 99% dos que tomaram a vacina desenvolveram – 28 dias depois – anticorpos capazes de neutralizar o vírus. Após seis meses, a proteção continuou alta, acima de 96%.
Com base nesses resultados, a FDA, agência reguladora dos Estados Unidos, autorizou o uso em pessoas de 18 anos ou mais. A vacina é aplicada em dose única. Contém uma versão enfraquecida do vírus e foi desenvolvida pela farmacêutica franco-austríaca Valneva.
A FDA usou um processo de aprovação acelerada, previsto para doenças graves que não possuem tratamento adequado, como é o caso da chikungunya. Nos testes clínicos, os efeitos colaterais mais comuns foram fadiga, dor de cabeça e muscular. A FDA também alertou que ainda não há dados sobre a segurança da vacina para o feto, se ela for aplicada em grávidas.
A empresa pretende comercializar a vacina nos Estados Unidos no início de 2024. No Brasil, o imunizante precisa ser aprovado pela Anvisa – o que só deve acontecer em 2024.
O Instituto Butantan, de São Paulo, é parceiro no desenvolvimento da vacina e continua contribuindo com os estudos. O instituto está fazendo testes da vacina em dez estados, com 700 adolescentes de 12 a 17 anos.
A chikungunya chegou ao Brasil há dez anos e se espalhou por todo o país. Agora, em 2023, já foram registrados mais de 141 mil casos da doença e 78 mortes.
“Depois que a vacina começou a ser usada em pesquisa clínica, o Butantan entrou como parceiro, fez o co-desenvolvimento do produto. Em outras palavras, conseguiu entender melhor como que a vacina funciona em uma região onde está tendo transmissão de chikungunya e vai fazer parte da avaliação depois do lançamento da vacina para saber como ela se comporta em mundo real, que é o que a gente diz, como que ela responde e os dados iniciais de sua utilização na prática”, explica Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan.
Fonte: G1