O cantor Nattan anunciou no início deste mês uma pausa em sua carreira aos 24 anos, revelando que foi diagnosticado com a bactéria H. pylori há três meses. Segundo o artista, os medicamentos prescritos pelos médicos para tratar a condição têm afetado suas cordas vocais, levando à decisão de interromper suas atividades profissionais temporariamente.
A bactéria H. pylori, conforme discutem especialistas, pode ser portadora sem causar consequências negativas em muitas pessoas. No entanto, para alguns, ela pode migrar para a camada de muco do estômago, ocasionando desde inflamação até úlceras e, em casos extremos, câncer.
A contaminação pela bactéria é responsável por cerca de 50% de todos os cânceres gástricos no mundo. Os dados correspondem a quase 350 mil casos da doença anualmente. Esse tipo de câncer é a segunda causa de morte no mundo, com incidência de 800 mil casos por ano. A infecção pelo H. pylori está associada a um risco duas vezes maior para o desenvolvimento do problema. Acredita-se que mais de um terço dos carcinomas gástricos seja atribuído à infecção pela doença.
A transmissão da H. pylori ocorre frequentemente durante a primeira infância, por meio de contatos como compartilhamento de alimentos ou exposição a aerossóis liberados pelo vômito. Além disso, a contaminação pode ocorrer por meio de alimentos não higienizados, água contaminada e respiração. A prevalência é mais notável em certas regiões, como África e Sul da Ásia. Embora um alto número de indivíduos no Brasil seja portador da bactéria, a porcentagem de pessoas que desenvolvem condições graves, como câncer, é relativamente pequena. A atenção aumenta quando a presença da bactéria está associada a outras doenças, como a gastrite atrófica e a metaplasia intestinal.
Estudos sugerem que sintomas como arroto excessivo e refluxo podem ser controlados por meio de mudanças na dieta e tratamentos específicos, como uma combinação de antibióticos e bloqueadores de ácido. As úlceras pépticas, causadas ainda pelo germe ou pelo uso prolongado de anti-inflamatórios não esteroides, podem ser tratadas com antibióticos ou interrompendo o uso desses medicamentos. Inibidores da bomba de prótons também são prescritos para reduzir a secreção ácida estomacal, permitindo a cicatrização das úlceras.