Uma pesquisa inédita conduzida pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pela Associação Paulista de Medicina (APM) revela que 62,65% das médicas no Brasil foram vítimas de assédio moral e/ou sexual. Além disso, 74,08% testemunharam ou souberam de casos semelhantes envolvendo colegas.
Os resultados da 1ª Pesquisa Violência contra a Mulher Médica indicam que mais da metade das médicas (51,14%) enfrentaram agressões verbais ou físicas, enquanto 72,35% têm conhecimento de episódios similares. A pesquisa, realizada por meio de um formulário online, ouviu 1.443 médicas brasileiras no período de 25 de outubro a 16 de novembro deste ano. Das profissionais que relataram situações de agressão, cerca de metade (44,62%) denunciou os casos à chefia imediata ou à diretoria. No entanto, em apenas 5,40% das vezes houve apuração e punição dos responsáveis.
No geral, a pesquisa revela que 7 em cada 10 profissionais (70,48%) já enfrentaram situações de preconceito de gênero no ambiente de trabalho. Quase 8 em cada 10 (76,37%) consideram que não há igualdade de gênero na carreira e nas promoções. Adicionalmente, 50,87% nunca foram indicadas a um cargo de chefia.