Queimaduras: veja como proteger crianças de acidentes graves

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Foto: Breno Esaki / Agência Brasília

A Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) promove, por meio do Dia Nacional de Luta contra Queimaduras (06 de junho), uma campanha de conscientização sobre os acidentes com queimaduras, que em crianças, ocorrem em nossas casas e são essencialmente causados pela imprudência dos pais e responsáveis.

Dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) indicam que, no Brasil, 1 milhão de pessoas sofre queimaduras, sendo que cerca de 70% ocorrem dentro de casa. O Ministério da Saúde aponta que das 150 mil internações que ocorrem por ano, cerca de 30% envolvem crianças.

Para explicar um pouco mais sobre o tema, conversamos com Dr. Luiz Philipe Molina Vana, coordenador do CTCQ- Centro de Tratamento à Criança Queimada do Sabará Hospital Infantil E ex-presidente da SBQ – Sociedade Brasileira de Queimaduras. “As queimaduras podem ser causadas por fatores físicos, químicos ou biológicos. As crianças menores de seis anos tendem a se queimar com líquidos quentes, daí a importância da vigilância contínua dos pais”, afirma o especialista.

Dr. Molina explica que as queimaduras são classificadas em três graus e precisam de um cuidado especializado em cada uma delas. “A queimadura de primeiro grau envolve apenas a camada mais superficial da pele e o seu tratamento é apenas de suporte. As queimaduras de segundo grau costumam ocasionar o aparecimento de bolhas e ter uma aparência úmida na lesão. Já as de terceiro grau são profundas e acometem toda a derme, o cuidado inicial deve ser realizado com lavagem exaustiva do local com água corrente. É importante não aplicar nenhum tipo de pomada, pasta de dente, compressas com ervas ou outra substância, porque essas ações, podem agravar a queimaduraatingindo tecidos subcutâneos, com destruição de partes importantes que podem comprometer o funcionamento do local, como nervos, músculos e estruturas ósseas. Nos dois últimos casos, principalmente em crianças, elas devem ser levadas imediatamente ao pronto-socorro especializado.

Segundo Dr. Molina, o cuidado com a prevenção das queimaduras, principalmente porque acontecem no ambiente doméstico deve ser constante, “nunca devemos abaixar a guarda quando se trata de crianças”, diz dr. Molina. Mas, durante determinados períodos do ano, devem ser redobrados. “Durante as festas juninas, as crianças estão mais próximas as fogueiras, têm acesso aos fogos de artifício e até na produção de balões (que são proibidos por lei). Além desse mês, as férias de julho e o final do ano, são outros dois momentos que requerem uma atenção ainda maior de pais e responsáveis, afinal, estão mais tempo dentro de nossas casas”, conta o cirurgião plástico.

Devido à alta incidência tanto nesse mês quanto em julho por conta das férias, o especialista sugere alguns cuidados para se ter com as crianças que podem ser colocadas em prática como forma de evitar acidentes:

 

1 – Evite deixar uma criança sozinha perto de fontes de calor, como fogões, fornos, churrasqueiras ou velas acesas, ferro de passar roupa;

2 – Mantenha objetos perigosos fora do alcance: produtos químicos como álcool, tinta inflamável, devem ser colocados em locais altos e bem fechados, longe do acesso das crianças;

3 – Durante as festas juninas, evite deixar crianças brincarem com bombas ou fogos de artifícios, ou qualquer outro artefato que entre em combustão. Crianças não devem brincar próximos à fogueira; porque correm o risco de se desequilibrar e cair sobre o fogo ou ainda se queimarem com fagulhas de madeira;

4 – As tomadas devem estar protegidas por tampas apropriadas, esparadrapo, fita isolante ou mesmo cobertas por móveis, além disso, os fios de eletricidade devem ficar escondidos atrás de móveis ou desconectados, para as crianças não morderem o fio e também evite que crianças brinquem com celulares enquanto eles estiverem ligados no carregador.

5 – Durante as férias, só permita que as crianças empinem pipas em campos abertos, sem a presença de fios e postes de eletricidade.

“Cuidar de uma criança com queimaduras exige uma estrutura de atendimento multidisciplinar que tenha experiência tanto em minimizar sequelas como também conte com orientação voltada para o aspecto psicológico do acidente”, afirma Dr. Molina.

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