Mulheres negras grávidas enfrentam maiores problemas de saúde, afirma relatório do Ministério da Saúde

Parede branca com o nome SUS

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Dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde na última semana evidencia que mulheres de ascendência negra e indígena no Brasil enfrentam uma maior vulnerabilidade e complicações durante a gravidez, além do período pós-parto. Segundo a pesquisa, esses grupos enfrentam desafios adicionais, como um acesso reduzido a cuidados pré-natais, além de uma maior incidência de bebês nascendo com peso inferior ao recomendado e um maior número de mortes relacionadas à hipertensão, bem como outros problemas.

Os dados que estão no Boletim Epidemiológico Saúde da População Negra denuncia que o racismo estrutural impacta diretamente a saúde, trazendo consequências à garantia de um dos direitos essenciais previstos na Constituição. Além disso, o grupo de mulheres pretas foi o único que apresentou aumento na mortalidade materna por hipertensão entre 2010 e 2020, cenário que está alinhado ao não tratamento e à desigualdade.

No mesmo período, o Brasil registrou uma redução das taxas de mortalidade por mulheres brancas, por exemplo. Embora as mulheres negras tenham demonstrado um aumento na busca por cuidados pré-natais ao longo da última década, a pesquisa revela que a população branca ainda possui maior facilidade de acesso a esses cuidados. Assim, o estudo também observou uma alta considerável nos índices de crianças pretas e pardas que nasceram com malformações congênitas. No primeiro grupo, o resultado saiu de 16,7% em 2010 para 19,1% em 2020 e, no segundo, de 16,1% para 20,3%. Desde 2015, essa se tornou a principal causa da mortalidade de bebês na população negra.

O dossiê ainda alerta sobre o contexto de HIV/Aids nessa população: as mulheres negras também estão mais expostas às chamadas doenças socialmente determinadas, que acometem mais as populações sob maior vulnerabilidade social, o que é resultado de um projeto colonizados instaurado no Brasil e que afeta essas corporeidades até o dia de hoje, principalmente com a falta de assistência/olhar minucioso para essas experiências cotidianas: as mortes por aids nesse grupo subiram de 52,6% para 60,5% em 2021, também contando com outra IST chamada Sífilis.

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