Gravidez pode mudar o cérebro, diz estudo

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Pesquisadores fizeram avanços significativos no estudo das mudanças cerebrais que ocorrem durante a gravidez, um campo ainda pouco explorado. Um dos primeiros mapas detalhados dessas transformações foi publicado nesta semana, na revista Nature Neuroscience, revelando que algumas regiões do cérebro podem diminuir de tamanho durante esse período, mas aumentam em conectividade. Apenas algumas áreas do cérebro não são afetadas pela transição para a maternidade, de acordo com o estudo.

O projeto, liderado pela professora Elizabeth R. Chrastil, da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara (EUA), analisou a própria pesquisadora, que passou por um processo de fertilização in vitro. O estudo acompanhou Chrastil desde três semanas antes da concepção até dois anos após o nascimento de seu filho, oferecendo uma visão inédita sobre como o cérebro se adapta à gravidez e à maternidade.

A professora Emily Jacobs, autora sênior do estudo, destacou a importância desse avanço. “Há muito sobre a neurobiologia da gravidez que ainda não entendemos”, afirmou em uma coletiva de imprensa. Segundo Jacobs, a ausência de pesquisas anteriores sobre o tema reflete o histórico de negligência da saúde das mulheres nas ciências biomédicas, e o novo estudo representa um importante passo para preencher essa lacuna.

Pesquisas anteriores sobre o cérebro durante a gravidez concentravam-se em animais, dada a influência dos hormônios sexuais sobre o sistema nervoso. No entanto, estudos com humanos tendiam a se limitar a exames pontuais de imagens cerebrais e avaliações hormonais, o que não permitia compreender as mudanças contínuas no cérebro ao longo da gestação.

A abordagem inovadora de Chrastil e Jacobs utiliza imagens de precisão para captar as transformações cerebrais de maneira mais detalhada e contínua. Isso permitiu documentar como o cérebro humano responde a grandes transições hormonais, como o ciclo menstrual e a menopausa, e agora, com maior profundidade, a gravidez, uma das maiores transições neuroendócrinas.

A descoberta de que a conectividade entre diferentes áreas do cérebro aumenta durante a gravidez pode ser essencial para entender os mecanismos que preparam a mulher para as demandas da maternidade. Com esses dados, os cientistas esperam avançar no conhecimento sobre como essas mudanças afetam a saúde mental e o bem-estar das mães no longo prazo.

 

 

*Com informações da CNN Brasil.

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