Doença Renal Crônica: campanha da SBN-BA incentiva exames preventivos e diagnóstico precoce

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Na Bahia, mais de 10 mil pessoas convivem com a Doença Renal Crônica e realizam tratamento de hemodiálise na rede pública e privada, segundo dados da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Apesar da alta demanda, apenas 42 unidades oferecem serviço de diálise no estado, obrigando, muitas vezes, os pacientes a enfrentarem deslocamentos frequentes para terem acesso ao tratamento. A Doença Renal Crônica (DRC) é uma condição silenciosa que pode evoluir para complicações graves se não diagnosticada precocemente, tornando fundamental a ampliação da conscientização sobre a doença.

De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2024, a DRC atinge cerca de 10% da população mundial. O diagnóstico precoce é essencial para retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, conforme alerta a nefrologista Ana Flávia Moura, presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia na Bahia (SBN-BA). “Muitas pessoas não sabem que têm doença renal crônica, pois os sintomas aparecem apenas em estágios avançados. O diagnóstico precoce é essencial para retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, enfatiza a especialista.

Para alertar a população sobre a importância da prevenção, a SBN-BA promove uma série de ações em Salvador na semana do Dia Mundial do Rim, celebrado na segunda quinta-feira de março, que neste ano ocorre amanhã,  dia 13. A campanha, alinhada às diretrizes nacionais da SBN, traz como tema “Seus rins estão ok? Faça exame de creatinina para saber”, reforçando a necessidade de exames regulares para monitoramento da saúde renal.

As atividades tiveram início no último domingo, com uma caminhada no Parque da Cidade, no Itaigara, reunindo profissionais de saúde, pacientes renais e familiares. Entre os dias 10 e 14 de março, uma ação educativa acontece no Shopping Barra, no L3, setor Sul. No local, haverá um stand com informações sobre doenças renais, medidas preventivas e exames de diagnóstico. A partir das 14h30, serão oferecidos aferição de pressão arterial, dosagem imediata e gratuita da creatinina sérica, e distribuição de vouchers para exames laboratoriais voltados a pacientes que necessitam de confirmação diagnóstica. Para encerrar a campanha, na quinta-feira (13), o Elevador Lacerda será iluminado, a partir das 18h30, com as cores da campanha, simbolizando o compromisso da SBN-BA na luta pela conscientização sobre a DRC.

A Doença Renal Crônica pode ser causada por diversas condições, como diabetes, hipertensão arterial, doenças autoimunes, uso abusivo de medicamentos (especialmente anti-inflamatórios e analgésicos) e doenças genéticas, como rins policísticos. Por ser uma doença silenciosa, o diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações. Exames simples e acessíveis, como a dosagem de creatinina no sangue, a taxa de filtração glomerular (TFG) e o exame de urina, ajudam a identificar problemas renais em estágios iniciais. “Recomendamos que pessoas com fatores de risco realizem exames regulares, pois quanto antes identificarmos qualquer alteração, maiores as chances de intervenção para evitar a progressão da doença”, explica a nefrologista.

A aposentada Elizabeth Machado, 43 anos, conhece de perto os desafios da doença. Diagnosticada com DRC em 2015, ela iniciou o tratamento de hemodiálise dois anos depois. “Conviver com a DRC é um desafio diário, que aprendi a superar quando encontrei no diagnóstico meu propósito de vida”, conta Elizabeth.

Além do diagnóstico precoce, a adoção de hábitos saudáveis é um fator essencial na prevenção das doenças renais. Especialistas recomendam a ingestão adequada de água, o controle da pressão arterial e dos níveis de glicose no sangue, a redução do consumo de sal e alimentos ultraprocessados, a prática regular de atividades físicas e a realização de consultas médicas periódicas. “A prevenção é o melhor caminho. Pequenas mudanças na rotina podem fazer toda a diferença para a saúde dos rins e evitar complicações futuras”, finaliza Ana Flávia Moura.

Dados sobre a situação da diálise no Brasil

* 172.585 pacientes em diálise no Brasil (dados inéditos do Censo de 2024).

* 904 unidades de diálise no país, sendo 79% atendendo pelo SUS.

* Estimativa de 52.000 novos pacientes iniciando diálise anualmente.

* Prevalência nacional: 812 pacientes por milhão de habitantes (ainda inferior aos EUA, Japão e países europeus).

Desigualdade regional no acesso à diálise

* Sudeste: 1.019 pacientes por milhão de habitantes.

* Norte: 567 pacientes por milhão de habitantes.

* Nordeste: 608 pacientes por milhão de habitantes.

* 40.000 pessoas morrem anualmente sem acesso ao tratamento, especialmente no Norte e Nordeste.

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