Considerado raro, câncer anal apresenta alta de casos no Brasil e pode ser evitado com vacina

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Com alta de casos nos últimos anos, o câncer anal tem se tornado um desafio crescente para a saúde pública. Na última década, houve mais de 38 mil internações em decorrência da doença em hospitais públicos no Brasil. No mesmo período, foram registradas 6.814 mortes por causa desse tipo de tumor.

Os dados são de um levantamento da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), realizado com dados do Ministério da Saúde e divulgado no início de fevereiro.

O desafio inclui ainda o fato de a doença ser considerado raro e ainda ser pouco discutido. Estima-se que o câncer anal represente cerca de 1% a 2% de todos os tumores colorretais na população geral.

Embora considerada rara, a doença tem apresentado aumento de incidência nas últimas décadas, especialmente em grupos de alto risco. Para o tratamento eficaz, é fundamental detectar e tratar precocemente.

Entre as manifestações dessa doença estão dor, sangramento, coceira ou uma pequena verruga (nódulo) na região do canal anal. Por isso, muitas vezes é confundida com hemorroida – o que faz a pessoa não procurar um médico.

Se a lesão for considerada suspeita, é realizada uma biópsia para a confirmação do diagnóstico. O tratamento depende do estágio de detecção da doença, mas pode incluir quimioterapia, radioterapia e, em alguns casos, cirurgia.

Na maioria das vezes, o câncer anal está relacionado à infecção pelo papilomavírus humano (HPV), especialmente pelos tipos 16 e 18, os mesmos associados ao desenvolvimento do câncer de colo de útero. Embora esse vírus seja transmitido, principalmente, por meio de relações sexuais, ele pode afetar qualquer pessoa que tenha contato com as mucosas da região genital ou anal.

O aumento da prática de sexo anal desprotegido está relacionado ao crescimento da incidência desse tipo de câncer, já que o uso de preservativo é uma das medidas mais eficazes para evitar a transmissão do HPV. Mas a principal ferramenta preventiva é a vacinação, disponível na rede pública para meninos e meninas entre 9 e 14 anos. A imunização nessa faixa etária, antes do início da vida sexual, oferece maior proteção.

Outro fator de risco é a imunossupressão, característica de pessoas com o sistema imunológico enfraquecido, como aquelas que vivem com HIV ou fazem uso de medicamentos imunossupressores (como transplantados e portadores de doenças autoimunes). O enfraquecimento do sistema imunológico dificulta o combate à infecção persistente por HPV, o que eleva o risco de câncer associado ao vírus.

A idade também influencia a probabilidade de desenvolver a doença, com maior incidência entre pessoas acima de 50 anos. No entanto, esse câncer não se limita aos mais velhos, sendo cada vez mais diagnosticado em adultos jovens.

Com informações da CNN.

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