Nesta quinta-feira (15), o Ministério da Saúde deu um passo inédito ao iniciar os primeiros atendimentos com o medicamento Zolgensma no Sistema Único de Saúde (SUS). Utilizado no tratamento da Atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo 1, o remédio é considerado um dos mais caros do mundo, com valor estimado em até R$ 7 milhões na rede privada.
As primeiras aplicações ocorreram de forma simultânea em duas capitais brasileiras: Brasília (DF) e Recife (PE). Em Brasília, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, acompanhou pessoalmente o início do tratamento no Hospital da Criança José Alencar, onde uma bebê diagnosticada com AME tipo 1 recebeu a medicação.
De acordo com a Agência Brasil, durante a visita, Padilha ressaltou a relevância da iniciativa para a saúde pública. Segundo ele, o Brasil integra um grupo seleto de apenas seis países que oferecem o Zolgensma de forma gratuita à população. “O custo do tratamento varia entre R$ 7 milhões e R$ 11 milhões por dose. Seria impossível para uma família brasileira média arcar com essa despesa”, afirmou o ministro.
A entrada do Zolgensma no SUS só foi possível graças a um acordo firmado com a indústria farmacêutica internacional. Pelo modelo estabelecido, o pagamento só será realizado mediante comprovação de resultado positivo no paciente. Antes da disponibilização dessa terapia, a expectativa de vida de crianças com AME tipo 1 raramente ultrapassava os dois anos.