Não ignore! Esses sinais podem indicar problemas neurológicos

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Comandando pensamentos, emoções, movimentos e todas as funções do corpo, o cérebro é um órgão essencial. Mas, nem sempre recebe a atenção que merece. No Dia Mundial do Cérebro, celebrado em 22 de julho, o alerta é para os sinais que muitas vezes passam despercebidos, mas podem indicar o início de doenças neurológicas.

De acordo com Hugo Sterman Neto, neurocirurgião do Hospital Vila Nova Star e São Luiz Itaim, da Rede D’Or, é comum que algumas mudanças cognitivas ocorram com o passar dos anos. No entanto, quando essas alterações começam a interferir nas atividades do dia a dia ou a causar preocupação entre familiares, é hora de procurar ajuda especializada.

Confira abaixo dez sinais de que o cérebro pode estar “pedindo socorro”:

1.   Dificuldade de guardar informações recentes, como datas e eventos, passando a depender de anotações, lembretes ou da ajuda de outras pessoas.

2.   Perda de rendimento em tarefas habituais, especialmente com números, como pagar contas ou organizar finanças, levando mais tempo que o habitual para finalizá-las.

3.   Desorientação no tempo e no espaço, como esquecer onde está ou como chegou a determinado local.

4.   Alterações visuais que dificultam a percepção de cores, formas e profundidade, o que pode atrapalhar, por exemplo, ao dirigir.

5.   Dificuldade para encontrar palavras ou nomear objetos, com empobrecimento do vocabulário.

6.   Esquecer onde deixou objetos com frequência e criar justificativas que não condizem com a realidade, como imaginar que foram roubados.

7.   Falhas no manejo do dinheiro, como pagar valores errados.

8.   Descuido com a higiene pessoal ou a alimentação.

9.   Isolamento social ou afastamento de atividades antes prazerosas, incluindo o trabalho.

10. Mudanças de humor e de personalidade, como irritabilidade, apatia ou desconfiança excessiva.

Segundo o especialista, esquecimentos isolados, como esquecer uma palavra ou um compromisso, podem ser normais e fazem parte do envelhecimento natural. O que merece atenção é a frequência e o impacto desses lapsos na rotina. “Quando os sintomas começam a atrapalhar o cotidiano ou a autonomia da pessoa, é fundamental buscar avaliação neurológica”, explica Sterman.

Entre as doenças mais associadas a esses sintomas estão as demências, com destaque para o Alzheimer, a demência vascular e a doença de Parkinson. Essas condições costumam se manifestar de forma sutil no início, e os primeiros sinais podem passar despercebidos ou ser confundidos com o envelhecimento comum. “Acredita-se que alterações no cérebro ocorram anos antes dos sintomas surgirem, mas ainda não temos estratégias de tratamentos para antes do surgimento clínico das doenças. Com a chegada de novos medicamentos que estão em estudo, alguns conceitos devem ser repensados em breve”, destaca o médico.

Além da predisposição genética, fatores do estilo de vida desempenham um papel importante na saúde cerebral. Dormir mal, viver sob estresse constante, manter uma alimentação desbalanceada, sedentarismo e isolamento social aumentam os riscos de comprometimento cognitivo ao longo dos anos.

“Em contrapartida, investir em uma rotina saudável, com exercícios, boa alimentação, interação social e estímulos mentais, como leitura e jogos, ajuda a fortalecer o cérebro e criar uma espécie de reserva cognitiva, que protege o órgão contra o desgaste do tempo”, orienta o especialista.

Quando procurar um neurologista?

  • Se os sintomas de alerta se repetirem e interferirem na rotina.
  • Se familiares notarem mudanças de comportamento ou lapsos de memória frequentes.
  • Em caso de histórico familiar de doenças neurodegenerativas.

O diagnóstico precoce pode não significar a cura, mas faz toda a diferença no acompanhamento e controle dos sintomas. Quanto mais cedo uma doença for identificada, mais eficazes são as estratégias para preservar a qualidade de vida e a independência da pessoa.

“Cuidar do cérebro desde cedo é o melhor investimento que podemos fazer para envelhecer bem. Assim como nos preocupamos com o coração e os músculos, precisamos lembrar que a mente também precisa de atenção e estímulo constantes”, reforça Hugo Sterman Neto.

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