Um novo estudo apresentado na Conferência Internacional da Associação Americana de AVC de 2024 revelou que as chances de uma pessoa desenvolver demência aumentam em 80% após sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Esse risco pode ser ainda maior durante o primeiro ano após o derrame.
O AVC, uma lesão cerebral causada pelo entupimento ou rompimento dos vasos sanguíneos que irrigam o cérebro, está associado a diversos fatores de risco, incluindo pressão alta, tabagismo, diabetes, colesterol alto, sedentarismo, obesidade e doenças cardíacas. Além das complicações físicas, como dificuldade de movimentos e de fala, estudos anteriores mostram que o AVC pode deixar sequelas cognitivas, como déficit de memória e alterações comportamentais, aumentando também o risco de depressão.
A relação entre AVC e demência está ligada ao fato de que durante um derrame, o fluxo de oxigênio para o cérebro é interrompido, causando a morte de células cerebrais e aumentando o risco de desenvolvimento de demências como Alzheimer e demência vascular. Raed Joundi, autor principal do estudo, enfatiza a importância de entender a ligação direta entre AVC e demência, ressaltando a necessidade de investigação, planejamento e intervenções para melhorar a qualidade de vida e a expectativa de vida das pessoas afetadas.
Os resultados da pesquisa revelaram que o risco de demência é 80% maior em pessoas que tiveram um AVC em comparação com aqueles que não tiveram ataque cardíaco ou derrame. Esse risco é semelhante ao observado em pessoas que tiveram AVC em comparação com aquelas que tiveram ataque cardíaco, mas não sofreram derrame.
Além disso, o estudo apontou que o risco de desenvolver demência é três vezes maior durante o primeiro ano após um AVC, diminuindo ao longo do tempo, porém permanecendo elevado mesmo após 20 anos.
