Vapes causam danos à saúde e preocupam especialistas, aponta estudo

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Apresentados inicialmente como uma alternativa mais segura aos cigarros tradicionais, os cigarros eletrônicos — conhecidos como vapes — estão no centro de uma crescente preocupação médica. Novos estudos apontam que o uso desses dispositivos pode provocar danos ao coração, pulmões, cérebro e até à saúde bucal, conforme destaca reportagem do BNews com base em dados da Folha de São Paulo.

Uma das pesquisas mais recentes analisou a névoa liberada por modelos populares de vapes e identificou níveis alarmantes de metais pesados, como níquel, chumbo e antimônio. A descoberta surpreendeu os próprios cientistas, que inicialmente suspeitaram de erro nos equipamentos de análise.

No sistema cardiovascular, o vape provoca um pico na frequência cardíaca e contração dos vasos sanguíneos logo após uma tragada, o que pode levar ao enrijecimento das artérias. Segundo o professor James H. Stein, da Universidade de Wisconsin, em entrevista ao BNews, o uso frequente simula um quadro de pressão alta contínua, elevando o risco de arritmias, AVC e infarto.

Além disso, os líquidos usados nos dispositivos, quando aquecidos, podem liberar substâncias cancerígenas, como formaldeído e acetaldeído. Nos pulmões, o uso está relacionado a inflamação crônica das vias respiratórias, agravando quadros de asma, bronquite e outras doenças. Vapes descartáveis e com sabores contêm compostos que danificam células pulmonares e aumentam o risco de câncer. Em 2019, 68 mortes foram registradas nos EUA após uso de vapes adulterados com acetato de vitamina E.

Na saúde bucal, o consumo de nicotina via vape reduz o fluxo sanguíneo nas gengivas, facilitando infecções e inflamações, com possibilidade de danos permanentes ao tecido gengival. A dependência também é um problema grave. Pamela Ling, da Universidade da Califórnia em São Francisco, afirmou ao BNews que jovens chegam a dormir com os vapes debaixo do travesseiro para usar ao acordar.

Com potências cada vez maiores, alguns dispositivos oferecem até 20 mil tragadas, equivalentes a cerca de 100 maços de cigarro. O vício rápido em nicotina em cérebros em desenvolvimento pode gerar sintomas de abstinência como irritação, ansiedade e depressão.

Enquanto os riscos seguem sob investigação, especialistas reforçam um alerta simples. “O bom senso diz, e sua mãe diria, que inalar um produto químico superaquecido direto para os pulmões não vai ser bom”, resume o professor James H. Stein.

 

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