Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova York, apresentou resultados promissores no combate à disseminação dos cânceres de pâncreas e intestino. A pesquisa, publicada na revista Nature Medicine, avaliou a vacina experimental ELI-002 2P, que atua no sistema imunológico para combater mutações do gene KRAS — frequentemente associadas ao avanço e à metástase desses tumores.
O ensaio clínico de fase 1 incluiu 25 pacientes, sendo 20 com câncer pancreático e cinco com câncer colorretal, todos já submetidos a tratamentos convencionais. Apesar disso, ainda apresentavam sinais residuais da doença. A vacina foi administrada em múltiplas doses, associada a um adjuvante que reforça a resposta imune.
Os resultados mostram que 84% dos participantes desenvolveram resposta imunológica específica contra a mutação KRAS, com redução significativa dos biomarcadores tumorais. Em quase um quarto deles, os sinais da doença desapareceram completamente. Além disso, a taxa de sobrevida foi maior entre os vacinados e a maioria não apresentou recidiva no período de acompanhamento, de até dois anos.
Segundo os pesquisadores, a formulação da vacina é anfifílica, projetada para alcançar os linfonodos — estruturas fundamentais na disseminação tumoral. O imunizante se liga à albumina, proteína que facilita sua circulação pelo organismo, potencializando a ativação das células T, responsáveis pela defesa imunológica.
Entre as limitações do estudo estão o número reduzido de participantes e o tempo de observação ainda curto. Mesmo assim, especialistas consideram os dados animadores. Atualmente, os cientistas trabalham em uma fase 2, com formulação capaz de atingir sete variantes da mutação KRAS, em estudo financiado pelo laboratório Elicio Therapeutics.




