Um estudo britânico publicado na última quarta-feira (2/4), na revista Nature, traz evidências bastante convincentes disso, ao apontar que a vacina contra o vírus varicela-zóster protege principalmente mulheres da demência.
A análise apresentada é o melhor trabalho publicado até agora sobre a relação entre uma infecção viral e o aumento do risco de demência”, avalia o neurobiólogo Martin Korte, professor decano da Faculdade de Ciências da Vida da Universidade Técnica de Braunschweig que não participou do estudo
Segundo ele, a pesquisa “fornece uma evidência convincente de que a vacinação contra herpes-zóster não apenas protege contra uma doença muito dolorosa, mas também reduz significativamente o risco de demência”.
As conclusões dos cientistas se baseiam no acompanhamento, ao longo de sete anos, de dois grupos no País de Gales. Segundo eles, a vacinação de pessoas acima de 80 anos provavelmente explica a queda nos diagnósticos de demência. Nas mulheres imunizadas, o risco de desenvolver demência foi 20% menor. Nos homens, não foi constatado nenhum efeito significativo.
Mas o estudo monitorou um único imunizante: o Zostavax, feito com uma versão ativa, mas enfraquecida e em pequena quantidade, do vírus. Só que a Zostavax tem menor eficácia, segundo um estudo americano, e por isso hoje a maior parte das pessoas são vacinadas com o Shingrix, um imunizante que não contém o vírus ativo em sua composição.
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