Resistência aos antibióticos: número de mortes relacionadas às superbactérias avança no Brasil

Cientista analisando medicamentos

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A Organização Mundial de Saúde tem alertado a população para o consumo excessivo de antibióticos sem a necessidade. Segundo o órgão, saltou de 700 mil para 1,2 milhão o número de mortes relacionadas às superbactérias resistentes aos medicamentos tradicionais, em novo relatório.

Como estudo baseado em 204 países, dados demonstraram que 1,27 milhão de pessoas morreram em ligação às superbactérias em 2019. O número representa um avanço em relação ao estudo anterior, 2016, quando 700 mil óbitos anuais foram contabilizados. Ainda conforme a Organização Mundial de Saúde, a resistência aos antibióticos ainda pode matar 10 milhões de pessoas por ano a partir de 2050. Se for confirmado, esses óbitos ultrapassarão as 8,2 milhões de pessoas que morrem anualmente por algum tipo de câncer.

As superbactérias surgem como resultado do uso excessivo de antibióticos. Quando esses medicamentos são empregados em demasia ou de maneira inadequada, as bactérias responsáveis pela doença em questão são expostas a uma pressão extrema, o que as leva a desenvolver mutações como uma estratégia de sobrevivência. O contexto pode ser ainda pior diante a ausência de incentivo às farmacêuticas, ocasionando o abandono em estudos por parte dos pesquisadores. A OMS alerta que o número de pesquisas de novos antibióticos é baixa, levando em consideração o avanço da resistência antibacteriana: os antibióticos comercializados atualmente são variações de medicamentos criados na década de 80, sendo que no mundo todo, apenas 77 novos tratamentos estão em desenvolvimento clínico e grande parte desses remédios são derivados de outros já existentes.

É importante destacar que as projeções indicam que as mortes relacionadas à resistência antimicrobiana nas décadas futuras podem chegar a um nível comparável ao de óbitos causados pelo câncer. Estima-se que até 2050, cerca de 10 milhões de mortes anuais superem as 8,2 milhões de pessoas que falecem anualmente devido a algum tipo de câncer. Em comunicado, o Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos) reforça a necessidade de investimento estatal para contornar a situação e possibilitar qualidade de vida na população brasileira.

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