Casos como o do apresentador Faustão, 75, que passou por um transplante de fígado na quarta-feira (6) combinado a um retransplante renal, não são comuns na prática médica, mas podem ocorrer, segundo informações da Folha de S.Paulo. Esse procedimento é conhecido como transplante simultâneo, quando mais de um órgão sólido é transplantado em uma única cirurgia.
Faustão já havia realizado um transplante de coração, em agosto de 2023, e um transplante de rins, em fevereiro do ano passado, conforme lembra a Folha.
A principal indicação para transplantes múltiplos é a falência simultânea de dois ou mais órgãos. De acordo com o cirurgião Marcus Eduardo Martins da Costa, coordenador da Cirurgia Geral e da Equipe de Transplante de Órgãos da Rede Mater Dei de Saúde, citado pela Folha, também há casos específicos, como doenças metabólicas que exigem transplante de rim e fígado ao mesmo tempo para evitar perda futura da função renal.
Um exemplo é o de pacientes com doença hepática que desenvolvem insuficiência renal dialítica, necessitando de transplante simultâneo de fígado e rim.
Transplantes de órgãos menos comuns, como coração e fígado ou pulmão e fígado, também podem acontecer.
A maioria dos pacientes submetidos a transplante de fígado mantém boa qualidade de vida, mas uma pequena parcela já tinha problemas renais antes da cirurgia. Com o tempo, o uso de imunossupressores pode agravar essas condições, levando à necessidade de transplante de rim.
O prognóstico para quem realiza múltiplos transplantes é considerado bom, dependendo da gravidade do quadro e da adaptação dos órgãos. A recuperação tende a ser mais lenta e com riscos, mas com resultados cada vez melhores.
Quem deseja doar órgãos deve manifestar a vontade à família, mesmo que tenha registrado a decisão em documentos oficiais, como o novo modelo de RG.




