Na área da oncologia, foi incorporado um novo método de monitoramento de funções neuronais, utilizado em cirurgias de retirada de câncer no cérebro. Identificado pela sigla MION, o procedimento a funciona como um auxílio à equipe de profissionais de saúde durante a realização de atos cirúrgicos complexos, diminuindo o risco de lesões irreversíveis nos pacientes.
Trata-se de um ganho importante já que até o momento a tecnologia não estava disponível no SUS e a incorporação reduz o risco de realização da cirurgia, ao apoiar a orientação de profissionais durante a realização e diminui a possibilidade de lesões. Além disso, a pasta avalia a incorporação do MION para outras doenças e condições cirúrgicas. A expectativa é de beneficiar 448 pacientes no primeiro ano e 747 pacientes até o ano de uso.
Tratamento do câncer de pulmão
Também foi incorporado o medicamento durvalumabe, que é usado no tratamento de pacientes com câncer de pulmão. No entanto, a medicação é para um tipo específico chamado de “câncer de pulmão não pequenas células estágio III irressecável”. Portanto, é recomendado para pacientes com este tipo de doença, em estágio III, e quando o tumor não pode ser removido cirurgicamente e não piorou após o tratamento com quimioterapia e com radioterapia. Com a medicação, a previsão é tratar 36 pacientes no 1º ano e 187 até o 5º ano.
AIDS
No campo da aids, o ministério passará a oferecer o medicamento fostensavir trometamol 600mg para o tratamento de pacientes adultos multirresistentes infectados pelo HIV. O medicamento é uma alternativa aos antirretrovirais disponíveis atualmente, ou seja, para aqueles que não conseguem uma redução da carga viral mesmo com o uso das atuais opções ofertadas no SUS. De acordo com o ministério, será possível contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas que vivem com aids, mais especificamente as que desenvolvem essa condição de multirresistente e ficam mais suscetíveis a doenças oportunistas e ao risco de morte. A última incorporação para pessoas multirresistentes ocorreu há oito anos, com a entrada da etravirina 200mg. Desta forma, a expectativa é de beneficiar 72 pacientes no 1º ano e aproximadamente 769 pacientes no 5º ano.
Asma grave
Na questão das doenças crônicas, foi ampliado o uso do medicamento mepolizumabe 100mg/mL para o tratamento de pacientes com asma eosinofílica grave refratária, com idade entre 6 e 17 anos – o medicamento já é usado no tratamento de adultos. Em crianças ou adolescentes, a doença é caracterizada pela presença de níveis elevados de eosinófilos, que são glóbulos brancos responsáveis pela ação contra microrganismos e pelo combate a infecções no corpo. O uso do medicamento busca melhoria na condição de vida do paciente, com redução de crises e do agravamento da doença. A população beneficiada no 1º ano é estimada em 22 pacientes, e sobre para 110 no 5º ano.
Estabelecida como uma das prioridades por essa gestão no Ministério da Saúde, as doenças raras recebem a incorporação do monitoramento do calprotectina fecal no intestino (cólon) de pacientes com doença de Crohn. Trata-se de um biomarcador que apoia o diagnóstico e o monitoramento de pacientes com a enfermidade, indicando atividade inflamatória. A identificação de inflamações é feita pela avaliação da calprotectina, uma proteína detectada por exame de fezes. Esse acompanhamento é fundamental para orientar o tratamento do paciente.
Essa é, inclusive, mais uma alternativa para monitoramento de pacientes, sendo menos invasiva – atualmente, é realizado por meio de exames de sangue, tomografia computadorizada e colonoscopia, exame padrão e mais invasivo. A expectativa é de atender 10.974 pacientes elegíveis no 1º ano e 12.331 no 5º ano.
Ministério da Saúde