Simpósio em Salvador reúne médicos para debater prática clínica com cannabis medicinal

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Na noite de quarta-feira (6), o restaurante Barbacoa, em Salvador, foi palco do Simpósio em Prática Clínica de Cannabis Medicinal, uma aula demonstrativa promovida pela CBD Academy. O evento reuniu médicos de diversas especialidades interessados em obter informações qualificadas sobre a prescrição da cannabis medicinal no Brasil.

Idealizado pela CEO da CBD Med Brasil, Flávia Badaró, em parceria com o professor Bruno Dumêt, o projeto marca o início de uma agenda de educação continuada gratuita, com aulas técnicas voltadas a profissionais de saúde. As atividades oficiais da CBD Academy terão início no dia 15 de agosto, com conteúdos regulares voltados à formação e atualização médica sobre o tema. O acesso será realizado pelo site www.cbdmedacademy.com.br.

“A cannabis medicinal já demonstrou, em diversos estudos, sua eficácia em várias condições clínicas. Mais do que isso: temos incontáveis relatos de pacientes que recuperaram a qualidade de vida com o uso desse tratamento. Nosso compromisso é com a informação séria e acessível, para derrubar tabus e ampliar o acesso entre a classe médica e a população”, afirmou Flávia Badaró.

O professor Bruno Dumêt destacou a importância de orientar corretamente o início do tratamento com cannabis. “É um produto seguro. Não é maconha recreativa. O ideal é começar devagar, para que o organismo desenvolva tolerância ao THC, e ajustar a dose ao longo do tratamento”, explicou. Dumêt também ressaltou que a cannabis não substitui necessariamente as terapias tradicionais: “O tratamento convencional é mantido, e o acompanhamento médico permite ajustes com base na resposta do paciente.”

O infectologista, pesquisador e professor Roberto Badaró reforçou o histórico de uso medicinal da cannabis e a importância de entender o contexto legal e científico atual. “Desde 2015, com o avanço das regulamentações, temos a possibilidade de retomar o uso terapêutico da cannabis no Brasil. Hoje, mais de 672 mil pessoas fazem uso medicinal. É fundamental que os médicos saibam como prescrever corretamente e compreendam as modalidades de acesso — seja por farmácias, importações ou associações”, disse. Ele também apresentou casos clínicos e citou o uso da cannabis no tratamento da chamada brain fog (névoa cerebral). Além disso, alertou para a necessidade de entender as normas da Anvisa (RDC 660 e RDC 327).

O médico Geovane Massa, especialista em neurologia e pesquisador na área, falou sobre a farmacologia dos fitocanabinoides e a importância do conhecimento técnico sobre a planta. “Estudar como as plantas funcionam terapeuticamente é essencial. Dos povos originários a mães de pacientes epiléticos, esses caminhos foram abertos ao longo da nossa história. A cannabis tem alto nível de segurança, baixo índice de efeitos colaterais e, hoje, está muito mais acessível. O preconceito e a falta de regulamentação ainda são barreiras a serem enfrentadas”, pontuou.

Com vasta experiência na área, o clínico de dor e acupunturista Tadeu Tramontini compartilhou sua trajetória com a cannabis medicinal desde 2015. “Hoje temos produtos de qualidade e apoio técnico. A cannabis é um tratamento individualizado, que exige olhar atento do médico. Tenho relatos de pacientes que dizem que esse tratamento salvou suas famílias”, destacou. Ele também abordou a história milenar do uso da planta, inclusive em fitoterápicos chineses desde 2.737 a.C., e as questões sociais e raciais envolvidas no estigma da cannabis.

O simpósio contou com o patrocínio da Terramed, laboratório americano responsável por uma linha de produtos importados desenvolvidos em parceria com o segundo maior laboratório dos Estados Unidos.

Crédito da Foto: Lucas Lima 

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