Diante do uso excessivo da voz, como quando se fala demais ou grita-se muito, é normal a rouquidão aparecer. Ela é um sinal de que houve alteração na qualidade da voz, seja na intensidade, tom ou no timbre vocal. Apesar de comum, se o sintoma permanecer por duas semanas ou mais, a situação deve despertar preocupação pois pode indicar a presença de doenças, conforme alertam a Academia Brasileira de Laringologia e Voz (ABVL) e a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).
Entre as sérias enfermidades está o câncer de laringe, que tem 90% de chances de cura quando descoberto precocemente. A doença é mais prevalente no público masculino e segundo o Instituto Nacional do Câncer- INCA são estimados 6.570 casos em homens e 1.220 em mulheres, totalizando 7.790 casos no território nacional por ano no País.
“A rouquidão muitas vezes é negligenciada pela população, principalmente quando falamos do público masculino, que não tem o hábito de frequentar o médico constantemente como a mulher. Eles são o principal grupo de risco para esse tipo de câncer”, explica a presidente da ABLV, Adriana Hachiya.
Segundo os especialistas, além do câncer de laringe, outras doenças podem estar associadas à rouquidão, como a gripe e o resfriado, refluxo, tumores benignos e lesão nas cordas vocais, que se caracterizam principalmente pela presença de nódulos na região.
De acordo com a ABLV, a persistência da rouquidão é mais comum em pessoas que trabalham com a voz, como cantores, locutores e professores, mas não é exclusivo do grupo. Ela pode atingir qualquer um e também vir acompanhada de outros sintomas, como irritação ou dor de garganta, pigarro, tosse com ou sem secreção, sensação de que há algo preso na garganta, cansaço vocal, entre outros.
Fonte: Folha Vitória