A divulgação do Demografia Médica 2024 pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) revelou duas facetas desse universo de profissionais da saúde. O primeiro, já reforçado aqui, diz respeito ao fato de, apesar de o número de médicos aumentar, as cidades menores ainda carecem da presença desses profissionais, que estão mais concentrados nos grandes centros.
No entanto, em entrevista ao Correio*, Otávio Marambaia, diretor do Cremeb, chamou a atenção que o atual número de médicos registrados na Bahia, quase 30 mil, é um reflexo do número de faculdades particulares que surgiram ao longo dos anos. Ele reforça que isso não é um sinal de qualidade, pois muitas dessas instituições cobram preços exorbitantes e sem qualidade de ensino. “São faculdades que não têm campos de estágio, com um corpo docente insuficiente e com pouca qualificação”, pontuou o diretor.
Portanto, é preciso atentar para o binômio quantidade x qualidade. Afinal, o que adianta termos esse número de médicos, que representa um recorde histórico para a Bahia, se esses profissionais chegam ao mercado sem a preparação adequada para atender aos pacientes?