O Alzheimer ainda é um problema sem cura e iniciar o tratamento precocemente é um dos pontos mais importantes para prolongar a memória e a qualidade de vida do paciente. Descobertas recentes, feitas por pesquisadores, podem ajudar bastante nisso.
Um estudo publicado em 2018 no periódico JAMA Ophthalmology sugere que com uma angiografia por tomografia de coerência óptica, ou OCT, exame de vista simples realizado em grande parte das clínicas, pode ser possível identificar o Alzheimer em pessoas que ainda não apresentam sintomas da doença, antecipando seu tratamento e postergando os danos .
“Todos nós temos uma pequena área desprovida de vasos sanguíneos no centro de nossa retina. Descobrimos que essa região sofreu um aumento significativo em 17 idosos com Alzheimer pré-clínico”, enfatiza Paul A. Cibis, pesquisador da Escola de Medicina da Universidade Washington (EUA) e um dos responsáveis pelo estudo
A pesquisa em questão foi feita com poucos participantes (32), mas outros estudos também encontraram sinais de alteração no centro da retina e no nervo óptico de pessoas com Alzheimer.
Em 2020, um estudo publicado no periódico Alzheimer’s Research & Therapy indicou que a presença da doença neurodegenerativa em estágio inicial também pode ser detectável a partir da coleta de amostras de fluido ocular.
“Como uma extensão do cérebro, o olho pode fornecer informações importantes sobre o que está acontecendo patologicamente no cérebro” revela Manju Subramanian, um dos autores da pesquisa, do Departamento de Oftalmologia do Boston Medical Center (EUA)
Agora, em um estudo de fevereiro de 2024, foi constatado que a perda da sensibilidade visual pode prever a demência 12 anos antes de ela ser diagnosticada.
No início da pesquisa, publicada na revista científica Scientific Reports, foi pedido aos participantes que fizessem um teste de sensibilidade visual. Para o teste, eles tinham que pressionar um botão assim que vissem um triângulo se formando em um campo de pontos em movimento. As pessoas que desenvolveriam demência eram muito mais lentas para ver esse triângulo na tela do que as pessoas que permaneceriam sem demência.
Os problemas visuais podem ser um indicador precoce de declínio cognitivo, pois as placas amiloides tóxicas associadas ao Alzheimer podem afetar primeiro as áreas do cérebro associadas à visão, com as partes do cérebro associadas à memória sendo danificadas à medida que a doença progride. Portanto, testes de visão podem detectar déficits antes dos testes de memória.
Fonte: VivaBem /Uol