A popularização das chamadas canetas emagrecedoras acende um alerta que vai muito além da estética e do desejo por resultados rápidos. O fácil acesso a esses medicamentos, impulsionado pela exposição constante nas redes sociais e pela promessa de emagrecimento sem esforço, cria um cenário propício ao uso indiscriminado, muitas vezes sem acompanhamento médico. Trata-se de uma lógica perigosa, que transforma remédios de uso controlado em soluções milagrosas, ignorando riscos, contraindicações e efeitos colaterais que podem comprometer seriamente a saúde.
O problema se agrava com a expansão de um mercado paralelo de produtos falsificados, vendidos sem qualquer garantia de procedência. Canetas adulteradas, armazenadas de forma inadequada ou com composição desconhecida circulam livremente, sobretudo em ambientes digitais, colocando o consumidor em situação de vulnerabilidade extrema. A ausência de fiscalização efetiva e a dificuldade de rastrear essas vendas contribuem para a banalização do risco, enquanto o prejuízo à saúde pública tende a ser subestimado.
Diante desse cenário, é inevitável questionar a responsabilidade coletiva sobre o uso dessas substâncias. A busca por um padrão corporal imediato não pode se sobrepor à segurança sanitária e à orientação profissional. Sem regulação rigorosa, informação de qualidade e consciência crítica da população, o que hoje é vendido como avanço terapêutico pode se consolidar como mais um problema de saúde pública, marcado por automedicação, fraudes e consequências ainda difíceis de mensurar.




