Piora na saúde mental pode gerar uma covid longa, aponta estudo

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Um estudo conduzido pelo Einstein identificou uma associação entre a deterioração da saúde mental em até 30 dias após o diagnóstico de Covid-19 e o aumento do risco de desenvolvimento da chamada Covid longa.

Esta condição é caracterizada pela persistência ou surgimento de novos sintomas três meses após a infecção inicial pelo vírus Sars-CoV-2, com esses sintomas perdurando por pelo menos dois meses sem uma causa clara. Os sintomas mais comuns incluem fadiga, dificuldade respiratória e declínio cognitivo, entre muitos outros que podem impactar a vida diária dos pacientes.

O estudo analisou os dados de 1.409 pacientes, dos quais 291 foram hospitalizados e 1.118 não necessitaram de internação, todos com diagnóstico confirmado de Covid-19 por teste laboratorial. Ambos os grupos responderam a um questionário de rastreio para depressão, indicando algum impacto na saúde mental, embora sem confirmação de diagnóstico de depressão.

No grupo hospitalizado, aqueles que apresentaram um rastreio positivo para depressão tinham um risco 6,5 vezes maior de desenvolver Covid longa em comparação com aqueles sem depressão. No grupo não hospitalizado, a população com impactos na saúde mental tinha quase 4 vezes mais chances de desenvolver a condição. Além disso, o estudo também revelou que as mulheres têm uma predisposição maior para desenvolver a Covid longa, com um risco até 4,5 vezes maior do que os homens.

Sabrina Bernardez Pereira, cardiologista do Einstein e autora do estudo, destaca a importância de uma abordagem abrangente no tratamento e acompanhamento de pacientes com Covid-19, considerando tanto os aspectos físicos quanto os psicológicos da doença para evitar prejuízos maiores causados pela mesma. No entanto, ela ressalta que são necessários mais estudos para entender completamente essa relação.

O Brasil, sendo o país com a maior prevalência de depressão na América Latina, enfrenta desafios adicionais nesse contexto. Dados da Organização Mundial da Saúde indicam que 5,8% da população brasileira sofre com transtornos mentais, o que equivale a 11,7 milhões de pessoas. Por outro lado, entre 10% e 20% das pessoas diagnosticadas com Covid-19 desenvolvem a forma prolongada da doença, de acordo com a mesma fonte.

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