A saúde mental dos colaboradores tem sido um dos principais temas para as empresas brasileiras nesse último ano, especialmente por conta do crescimento do afastamento por burnout. Diante desse contexto, em 2025, entra em vigor a nova Lei 14.831/2024 e a atualização da Norma Regulamentadora (NR-1). A mudança passa a fiscalizar a adoção de políticas e práticas que promovam a análise do risco psicossocial no ambiente de trabalho, sob pena de multa.
No entanto, de acordo com Nayara Teixeira, Diretora de Produto e Operações da Mapa HDS, especialista na avaliação, diagnóstico e monitoramento de aspectos psicológicos e psicossociais, a mudança deve ir além do cumprimento das exigências legais. “É preciso compreender que a saúde mental dos colaboradores é vital não só para criar um bom ambiente de trabalho e melhorar a proatividade, mas também para promover o bem-estar psicológico das pessoas dentro e fora das empresas”, afirma.
Os riscos psicossociais, que incluem fatores como assédio moral, pressão por metas excessivas e falta de suporte, além de sobrecarga de trabalho, têm causado um aumento expressivo em casos de afastamento por doenças mentais. A ansiedade e a depressão são as mais comuns, mas não são as únicas. “Esses problemas podem se tornar crônicos, prejudicando tanto o colaborador quanto a organização. Portanto, é preciso estabelecer uma base sólida para a Gestão de Riscos Ocupacionais (GRO) dentro da empresa, identificando, realizando uma análisa quantitativa e qualitativa dos riscos, monitorando e planejando respostas para lidar com os riscos. O retorno será visível em todos os âmbitos da empresa”, acrescenta Nayara.
A implementação da regulamentação é apenas o começo para que se crie uma consciência a respeito do assunto. “O mais importante é que as instituições passem a enxergar os colaboradores como humanos ao invés de somente parte de uma equipe”, declara a diretora. Assim, para que exista uma mudança e um cuidado maior com a saúde mental, é preciso utilizar ferramentas de identificação prévia dos sintomas, além de adotar estratégias para dar mais apoio aos trabalhadores.
Implementar planos de ação com medidas preventivas, reorganizar os horários e as tarefas para que não haja sobrecarga e promover um ambiente saudável de trabalho são apenas algumas sugestões. A lei também determina que será realizada uma maior fiscalização, com auditorias e coletas de dados, além de sugerir treinamentos básicos de primeiros socorros. Dessa forma, os profissionais de gestão, Saúde e Segurança do Trabalho e RH conseguirão oferecer apoio imediato a um colega durante uma crise emocional, por exemplo. “Ter um cuidado maior com a saúde mental de quem está ao seu lado no trabalho é um investimento que deve ser considerado e valorizado em todo o universo corporativo”, finaliza.