Um medicamento da farmacêutica Eli Lilly que ainda está em desenvolvimento aparece como nova promessa no tratamento da obesidade e sobrepeso, condições que são uma epidemia no mundo.
Em ensaios clínicos publicados nesta segunda-feira (26/6), a medicação, administrada de maneira injetável, apresentou resultados melhores que Ozempic e o Wegovy e semelhantes aos de uma cirurgia bariátrica.
O princípio ativo da nova medicação é a molécula retatrutida, que vem sendo chamada no meio médico de “molécula 3G”. A retatrutida é capaz de imitar três hormônios relacionados à saciedade: o GLP 1, o GIP e o glucagon.
Na prática, GLP 1 e 0 GIP estimulam a produção de insulina no pâncreas, o que regula o açúcar no sangue e, paralelamente, promove a sensação de saciedade. Também produzido pelo pâncreas, o glucagon tem efeito contrário à insulina, mas ajuda na quebra de células de gordura. O avanço da nova medicação seria a combinação dos três efeitos.
A pesquisa publicada noThe Nwe England Journal of Medicine trouxe resultados de um ensaio clínico com 338 pacientes obesos. Eles receberam uma dose semanal de retatrutida durante 11 meses e perderam uma média de 23 quilos cada. Todos os voluntários perderam ao menos 5% do peso corporal, sendo que 1/4 deles emagreceu 30% do peso inicial.
O ensaio foi realizado com pacientes que possuem diabetes tipo 2. A nova medicação controlou a doença e fez com que os pacientes perdessem cerca de 17% do peso corporal em nove meses.
Os efeitos colaterais da retatrutida verificados nos dois ensaios foram náusea, diarreia, constipação e vômito, os mesmos que são relatados pelos pacientes que usam Ozempic e Wegovy.