Novo medicamento traz esperança no combate contra a malária

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Conforme anunciado por cientistas norte-americanos, acaba de ser desenvolvido um novo medicamento promissor contra a malária, o MED6-189, que se mostrou eficaz no combate a cepas resistentes do parasita Plasmodium falciparum, principal causador da doença. A pesquisa, publicada na revista Science, destaca que o remédio foi testado tanto em laboratório quanto em camundongos geneticamente modificados para terem sangue humano, demonstrando resultados positivos na eliminação do patógeno.

O MED6-189 atua de forma inovadora ao interromper o funcionamento de uma organela essencial nas células do parasita, conhecida como apicoplasto, e ao afetar as vias de tráfego vesicular. Esses mecanismos dificultam que o P. falciparum desenvolva resistência ao medicamento, um desafio enfrentado por muitos outros tratamentos atuais. Essa abordagem dupla aumenta a eficácia do composto e o posiciona como uma promessa na luta contra a malária, uma doença que continua a representar uma grande ameaça global à saúde pública.

Karine Le Roch, professora da University of California – Riverside e uma das autoras do estudo, explicou que “o bloqueio desses processos nas células do parasita interrompe seu desenvolvimento nos glóbulos vermelhos, eliminando a infecção”.

O medicamento se mostrou útil também para outras espécies. Por meio de testes de laboratório, realizados em camundongos infectados com P. falciparum, verificou-se que o MED6-189  foi capaz de eliminar os parasitas dos animais. Além disso, o composto também foi eficaz contra o P. knowlesi, um parasita que infecta macacos, limpando os glóbulos vermelhos dos animais, conforme esperado pelos pesquisadores.

Doença que preocupa

A malária continua sendo uma doença preocupante em várias regiões do mundo, com 247 milhões de casos registrados em 2021, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a região amazônica concentra 99% dos casos, com um aumento significativo no número de internações e óbitos relacionados à doença em 2022. O desenvolvimento de novos tratamentos, como o MED6-189, é crucial para enfrentar a crescente resistência aos medicamentos existentes.

Os pesquisadores agora se dedicam a aprimorar o MED6-189, buscando confirmar os mecanismos de ação e otimizando sua eficácia por meio de abordagens de biologia de sistemas. A expectativa é que essa nova classe de medicamentos antimaláricos possa, em breve, contribuir significativamente para a redução dos casos da doença em áreas endêmicas e no combate às cepas mais resistentes do parasita.

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