Novas mudanças para testagem do câncer de mama

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O câncer de mama ainda é visto com muita preocupação e parece ser uma bomba a explodir na vida de muitas mulheres, especialmente quando elas possuem histórico familiar para a doença. Mulheres que testam positivo para determinadas mutações genéticas precisam entender a necessidade de monitoramento e de intervenções adequadas. Recentemente, a Sociedade Americana de Oncologia Clínica modificou os critérios para a testagem do câncer de mama. Para falar sobre este assunto o oncologista Rodrigo Guindalini pontua sobre a importância da testagem como forma de prevenção e mudança assertiva na terapêutica a ser conduzida quando a mulher desenvolve o câncer de mama.

 O câncer de mama ainda é uma faca na cabeça das mulheres, o teste genético funciona como uma alternativa preventiva?

Sim, as informações adquiridas através do teste genético podem proporcionar alternativas preventivas muito importantes. Identificar mutações genéticas, como as nos genes BRCA1 e BRCA2, pode ajudar a prever o risco de desenvolvimento de câncer de mama. Isso permite que as mulheres tomem medidas personalizadas de rastreamento e prevenção, como aumentar a frequência de exames de rastreamento, adotar mudanças no estilo de vida ou considerar cirurgias preventivas, como mastectomia bilateral redutora de risco.

Quais foram as principais mudanças feitas pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica?

As principais mudanças feitas pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica incluem a ampliação dos critérios para testagem genética. Agora, recomenda-se que todas as mulheres diagnosticadas com câncer de mama abaixo de 65 anos façam testes genéticos, independentemente de outros fatores. Mulheres com câncer de mama acima dos 65 anos ainda podem ter indicação de seguir com a testagem, porém neste cenário é preciso existir outros fatores associados, como história familiar de câncer de mama ou diagnóstico de câncer de mama triplo negativo. Essas mudanças visam identificar o maior número possível de mulheres com câncer hereditário, proporcionando tratamentos cirúrgicos e clínicos diferenciados.

Na prática qual o principal benefício que a testagem pode trazer para a mulher?

O principal benefício da testagem genética para a mulher é a capacidade de identificar precocemente o risco aumentado de desenvolver câncer de mama. Com essa informação, as mulheres podem ficar a frente da doença, tomando decisões informadas sobre sua saúde, como aumentar a vigilância, acrescentando a ressonância nuclear magnética das mamas ao rastreamento, e adotar medidas preventivas, como uso de medicamentos ou cirurgias profiláticas. Isso pode melhorar significativamente as chances de detecção precoce e reduzir em até 90% o risco de desenvolvimento de câncer de mama.

O teste genético ainda é um instrumento caro para muitas mulheres, quem não pode pagar o que deve fazer?

 O custo do teste genético está sofrendo uma redução drástica nos últimos anos graças aos avanços na tecnologia do sequenciamento de DNA. Atualmente um teste abrangente custa em torno de R$1.500,00 a R$2.000,00. Desde 2014, as seguradoras de saúde cobrem o custo da testagem genética para mulheres que atendem a certos critérios de risco. Infelizmente esses exames ainda não estão disponíveis pelo SUS. No entanto, inúmeras iniciativas capitaneadas por sociedades médicas, organizações sem fins lucrativos e fundações que se dedicam à luta contra o câncer estão sendo realizadas de forma coordenada para que esta realidade possa ser modificada em um futuro próximo.

 

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