Depois do sucesso da programação do Outubro Rosa, o Hospital Aristides Maltez vai realiza, no próximo dia 30, o mutirão do Novembro Azul. O evento terá atendimento ambulatorial, triagem para casos suspeitos com matrícula no próprio HAM, coleta prévia de PSA e agendamento de biópsia. Outra boa notícia é que já está em fase bem adiantada uma vacina para o câncer de próstata.
Este tipo de câncer é o mais comum entre a população masculina mundial . No Brasil, é o segundo mais prevalente entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não – melanoma) e por isso essa ação tem uma grande importância na prevenção da doença.
O mutirão tem como público-alvo homem com PSA acima de 40 anos com biópsia pronta ou homens acima de 45 anos que nunca tenham feito PSA.
Para participar do mutirão os interessados devem fazer inscrição pelo telefone 71 33578531 das 8h às 15 h. O mutirão começa a partir das 7h30 e só terão atendimentos aqueles pacientes que fizeram a inscrição previamente.
Segundo o médico Augusto Modesto, coordenador do Setor de Urologia. a intenção é realizar não só o exame conhecido por “PSA”, mas fazer também o atendimento ambulatorial com exame de toque retal para verificar a próstata. Ele informa ainda que depois da triagem, os pacientes que apresentarem alguma suspeita vão voltar pra casa com a biópsia agendada.
Alguns tumores podem crescer de forma rápida, espalhar-se para outros órgãos e levar à morte. A maioria, porém, cresce de forma tão lenta que nem chega a dar sinais durante a vida. O diagnóstico precoce aumenta muito as chances de sucesso do tratamento.
VACINA – A boa notícia para os homens é que já existe uma vacina a caminho para o câncer de próstata. O oncologista João Paulo Medrado que trabalha no Hospital Aristides Maltez disse que quem está à frente do projeto é o cientista Fernando Tomé Kreutz, um pesquisador brasileiro da PUC do Rio Grande do Sul tendo iniciado seus estudos no Canadá desde 1996. Ele identificou um antígeno relacionado ao câncer de próstata , o que permite desenvolver uma resposta imunológica mais eficiente contra a doença.
A pesquisa atualmente está em fase 2 de estudos clínicos nos Estados Unidos, um passo importante que avalia a eficácia e segurança da substância, chamada FK-PC 101.
João Paulo Medrado disse que esta etapa da pesquisa é decisiva para determinar se o medicamento pode reduzir as chances de recidiva em pacientes já tratados com a cirurgia. “Esse fármaco tem como objetivo aumentar a proteção do paciente, tentando diminuir as chances de o câncer voltar após uma cirurgia da próstata.
Essa substância trabalha mobilizando o sistema imunológico da pessoa para atacar as c&ea cute;lulas cancerígenas, caso o câncer volte a se manifestar”, explica o oncologista. “Se os resultados forem favoráveis, essa vacina pode ser uma inovação muito grande no tratamento do câncer de próstata ”.
O oncologista lembra que o diagnóstico precoce é muito importante e diz que o câncer de próstata pode ser detectado em fases iniciais, geralmente através de exames como o PSA (antígeno prostático específico) e o toque retal. “São exames, recomendados durante o Novembro Azul, são cruciais para identificar a doença antes que ela apresente sintomas, o que permite um tratamento mais efetivo. Combinando os exames de PSA e o toque retal, podemos detectar alterações na próstata que indicam a necessidade d e uma biópsia, conf irmando ou descartando o diagnóstico”, explica.
Ele diz também que estudos populacionais, sobretudo nos Estados Unidos, têm mostrado que homens afrodescendentes podem apresentar maior predisposição para desenvolver câncer de próstata em idades mais precoces. A recomendação para afrodescendentes é iniciar o rastreamento aos 45 anos, especialmente para aqueles com histórico familiar”, ressalta o oncologista.
“No Brasil, sobretudo na Bahia, onde a distinção de descendência é mais complexa, o ideal é conversar com o médico para estabelecer a idade apropriada para iniciar o rastreamento, levando em conta fatores familiares e hábitos.”
