O Ministério Público da Bahia (MP-BA) emitiu uma recomendação urgente à Prefeitura de Vitória da Conquista para o fechamento imediato da Clínica Corpus, localizada na Avenida Siqueira Campos, 135, no Centro da cidade. A medida foi motivada por uma série de irregularidades sanitárias e consumeristas que colocam em risco a saúde e segurança dos clientes, conforme apontado pelo promotor de Justiça George Elias Gonçalves Pereira, da 8ª Promotoria.
A recomendação ocorre após investigações conduzidas pela 1ª Delegacia Territorial de Vitória da Conquista, no âmbito de um inquérito policial, e vistorias da Vigilância Sanitária Municipal. Os levantamentos revelaram que a clínica, sob responsabilidade do fisioterapeuta Jairo do Carmo Pirajá Junior, operava sem licença sanitária válida, utilizava produtos vencidos e sem rotulagem adequada, além de manter condições precárias de higiene e segurança.
Entre as irregularidades mais graves está a realização de procedimentos estéticos invasivos por profissionais não habilitados, que resultaram em lesões corporais sérias em duas clientes — Liliane Pires Araújo e Karla Moreira Gomes. As vítimas sofreram complicações após procedimentos como criolipólise, técnica para redução de gordura, realizados sem os cuidados técnicos necessários.
A Clínica Corpus já foi alvo da 15ª fase da Operação Unum Corpus da Polícia Civil, deflagrada em 27 de março de 2025, que investigava crimes na área da saúde estética. Durante buscas, foram apreendidos medicamentos injetáveis sem prescrição médica e produtos manipulados sem identificação adequada. O fisioterapeuta foi ouvido e liberado, mas as investigações continuam com a participação da Vigilância Sanitária.
O relatório da Vigilância Sanitária também aponta a ausência de profissionais qualificados, equipamentos sem manutenção e diversas violações às normas sanitárias. O Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito-7) e o Conselho Regional de Farmácia da Bahia (CRF-BA) confirmaram irregularidades, incluindo a comercialização ilegal de medicamentos controlados.
Diante dos fatos, o MP-BA recomendou à Prefeitura o fechamento imediato da clínica, a revogação do alvará de funcionamento — caso exista — e a aplicação de multas e outras sanções administrativas. Além disso, pediu a criação de um protocolo rigoroso para fiscalização de clínicas estéticas, exigindo comprovação de habilitação profissional e adequação das condições sanitárias, bem como a comunicação aos conselhos profissionais para adoção de medidas disciplinares contra os responsáveis.




