Após uma recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), o Sistema Único de Saúde (SUS) passará a oferecer o betadinutuximabe, medicamento utilizado no tratamento do neuroblastoma de alto risco, terceiro tipo de câncer infantil mais recorrente. Para ter direito ao remédio, o paciente deverá já ter passado por quimioterapia e alcançado pelo menos uma resposta parcial, seguida de terapêutica mieloablativa e transplante de células tronco.
De acordo com especialistas, o betadinutuximabe tem se mostrado eficaz em aumentar as taxas de sobrevivência e potencializar a chance de cura em crianças diagnosticadas com a forma agressiva da doença. Até o momento, mais de mil pacientes em 18 países já receberam o tratamento, que tem um custo elevado, estimado em R$ 2 milhões.
A decisão da Conitec surge como uma resposta à crescente pressão de famílias e organizações, que há meses vinham clamando pela acessibilidade ao tratamento. Um dos casos mais emblemáticos é o de Pedro, filho do indigenista Bruno Pereira, cuja campanha de arrecadação de recursos, realizada em janeiro, evidenciou a urgência da situação. A campanha, que atingiu sua meta em apenas três dias, mobilizou não só a família de Pedro, mas também outras famílias que enfrentam as mesmas dificuldades para custear o tratamento.
Para as famílias de pacientes com neuroblastoma, a decisão representa um alívio. O alto custo do medicamento tornava o tratamento inacessível para a maioria das pessoas, levando a uma corrida por campanhas de financiamento coletivo, como a de Pedro, ou a busca por ações judiciais para garantir o acesso ao remédio via SUS. Agora, com a incorporação oficial, espera-se que mais crianças tenham acesso ao betadinutuximabe sem a necessidade de recorrer a esses meios.
Além do betadinutuximabe, a reunião da Conitec também aprovou a inclusão de novos medicamentos para o tratamento da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
*Com informações da Agência Brasil.