O Hospital Aristides Maltez, em parceria com a Associação Brasileira de Câncer de Cabeça e Pescoço – ACBG Brasil , realiza o durante o mês de julho a 9ª Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço. O tema “Da boca aos pulmões: inspire prevenção, expire saúde”. O objetivo é convidar toda a sociedade a integrar esforços em prol da prevenção e cobra políticas públicas que garantam o cuidado integral aos pacientes.
A iniciativa visa reforçar a importância de escolhas saudáveis, atenção aos sinais e sintomas iniciais e busca por diagnóstico precoce, fatores que podem fazer a diferença nos resultados do tratamento. Este ano, a campanha se estende até o dia 5 de agosto e integra um movimento mais amplo de mobilização pela saúde. Além de marcar o 27 de julho — Dia Mundial de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço, a iniciativa também dialoga com o 1º de agosto, Dia Mundial de Combate ao Câncer de Pulmão, reforçando a necessidade de atenção à metástase pulmonar decorrente de tumores de cabeça e pescoço.
A programação oficial começa no dia 9 de julho com um simpósio no auditório da UNEB com a participação de médicos especialistas de cirurgia de cabeça e pescoço e fonoaudiólogos. No dia 10 haverá um concerto musical com um quarteto de violino, viola e violoncelo no auditório do HAM. No dia 17 terá apresentação do coral formado por pacientes; no dia 19 haverá uma caminhada pelas principais ruas de Brotas e no dia 26 um mutirão de atendimento.
O médico Lucas Silva, coodenador do setor de cabeça e pescoço do HAM destacou que receber o diagnóstico de câncer ainda assusta as pessoas porque elas se desesperam pelo estigma que a doença tem junto à sociedade. Ele explica que nos últimos anos a medicina evoluiu muito e com os diagnósticos precoces, muitos cânceres são curados.
De acordo com Lucas Silva, o Brasil registra, anualmente, cerca de 40 mil novos casos de tumores localizados na região da cabeça e pescoço. “Esses cânceres afetam áreas das vias aéreo-digestivas superiores, como cavidade oral, glândula tireoide e laringe e esses números reforçam a necessidade de intensificar ações de prevenção, diagnóstico precoce e ampliação do acesso ao tratamento para milhares de brasileiros”.
A meta é ampliar o número de diagnósticos precoces, evitando, assim, o crescente número de óbitos e mutilações graves que comprometem funções vitais dos pacientes como a fala, respiração, alimentação, visão, audição e cognição.
Câncer de tireóide é o tumor endocrinológico mais comum e tem papel importante entre os carcinomas da cabeça e pescoço. Afeta principalmente mulheres — cinco vezes mais do que os homens. De acordo com estimativas de 2023, é o terceiro tipo de câncer mais frequente entre mulheres nas regiões Sudeste e Nordeste. Tem ainda o câncer de cavidade oral que afeta lábios, gengivas, bochechas, palato (céu da boca), língua (especialmente as bordas) e a região embaixo da língua (assoalho da boca). É o quinto câncer mais comum entre homens no Brasil e, em grande parte dos casos, é diagnosticado em estágios avançados.
Os tumores de cabeça e pescoço podem demorar para apresentar sintomas e, muitas vezes, são diagnosticados em estágios avançados.
O tratamento, que pode ser realizado com cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou imunoterapia, tem a possibilidade de deixar sequelas irreversíveis, mexendo com a estética facial, com a deglutição e alimentação, com a fala e a voz. Por isso, é importante conhecer e ficar atento aos sinais mais comuns destes tipos de tumores, como: Ferida no rosto ou boca que não cicatriza; mancha avermelhada ou esbranquiçada nos lábios e cavidade oral; dor persistente na região da face; Obstrução persistente e sangramento nasal; Alterações oculares (movimentação ocular ou visão); Irritação ou dor na garganta; perda de peso sem motivo aparente; mau hálito frequente; e dentes moles ou dor em torno deles.
Os principais fatores de risco são consumo de tabaco (cigarros, incluindo palha, seda e eletrônicos, narguilés, cachimbos e quaisquer outros derivados) e álcool; Infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV), transmitido principalmente através de relações sexuais desprotegidas (inclusive sexo oral); Consumo de bebidas quentes, principalmente as tradicionalmente servidas em temperaturas muito altas, como o chimarrão/mate; Exposição excessiva ao sol (câncer de lábios, couro cabeludo); Exposição durante o trabalho à poeira de madeira, poeira de têxteis, pó de níquel, colas, agrotóxicos, amianto, sílica, benzeno, produtos radioativos; Infecção pelo vírus de Epstein-Barr (EBV), que pode causar a mononucleose infecciosa, uma manifestação do vírus transmitida por contato com outras salivas.




