*Por Nayara Teixeira
Com o início de mais um ano, novas campanhas que promovem a saúde vêm à tona para alertar a população sobre determinadas doenças. No primeiro mês do ano, o “Janeiro Branco”, por exemplo, é dedicado à conscientização sobre a saúde mental e emocional. Idealizada pelo Psicólogo, Professor, Palestrante e Escritor, Leonardo Abrahão, em 2014, a campanha tem o propósito de convidar a população a discutir a importância do cuidado com a saúde mental em busca de maior qualidade de vida.
O mês foi escolhido estrategicamente por simbolizar um período de renovação, em que as pessoas estão propensas a estabelecer novas metas, projetos e mudanças em suas vidas. Assim, a campanha busca sensibilizar indivíduos, instituições e autoridades sobre a necessidade de políticas públicas voltadas para a saúde mental, além de promover ações educativas que desmistificam tabus relacionados ao tema.
Em abril de 2023, a iniciativa ganhou reconhecimento oficial do governo brasileiro com a sanção da Lei Federal 14.556/2023, que institui o “Janeiro Branco” como o período dedicado à realização de eventos nacionais de conscientização sobre a saúde mental. Deste modo, atividades como palestras, workshops, rodas de conversa e abordagens em espaços públicos têm sido realizadas para incentivar o diálogo.
No universo corporativo, por sua vez, essa é uma oportunidade valiosa para promover um ambiente de trabalho mais produtivo, saudável e empático. Sendo assim, a campanha incentiva as organizações a abordarem questões que afetam diretamente o bem-estar psicológico dos profissionais, lidando com o tema de forma aberta e implementando ações práticas de promoção à saúde.
Para se ter uma ideia, de acordo com a pesquisa “Panorama da Saúde Mental nas Organizações Brasileiras”, realizada em 2023, os transtornos de saúde mental foram responsáveis por 38% de todas as licenças no INSS, chegando ao número de 288.865 benefícios. Entre 2020 e 2022, os casos de afastamento por essas razões já haviam crescido 30%, o que mostra uma tendência de expansão dessa patologia nos últimos anos. Além disso, um estudo realizado com 8.980 trabalhadores de diferentes níveis hierárquicos no país, obtido pelo Valor Econômico, mostrou que 48% dos entrevistados têm risco de saúde mental.
Diante desse cenário, promover um ambiente com condições e recursos adequados para os trabalhadores é essencial para a prevenção do Burnout e redução do absenteísmo, proporcionando mais produtividade, melhorias na comunicação interna e no relacionamento entre todo o time, engajamento e, principalmente, redução de afastamentos por problemas emocionais.
Nesse aspecto, os líderes e gestores exercem um papel indispensável, pois uma das suas funções é demonstrar cuidado emocional e praticar a escuta ativa, estabelecendo um padrão de comportamento acolhedor para a equipe. Além disso, reconhecer o trabalho bem-feito e fornecer retornos construtivos fortalece a autoestima e a confiança dos trabalhadores.
Também é importante oferecer, quando possível, opções de trabalho remoto, horários flexíveis ou adaptação de carga de trabalho quando necessário, demonstrando compreensão com as necessidades individuais. Estar atento a mudanças no comportamento dos colaboradores e abordar questões de saúde emocional com sensibilidade também ajuda a intervir antes que os problemas se agravam.
Por fim, planejar momentos de descontração ou pequenas celebrações, reforça vínculos e cria um ambiente mais leve, saudável e humano, com menos probabilidade de doenças mentais ou emocionais. As empresas devem se atentar a esses fatos e pensar que a saúde dos colaboradores está diretamente relacionada a sua produtividade e engajamento dentro da companhia.