“Oitenta milhões de brasileiros tem colesterol alto. Da população que se trata, 90% não adere ao tratamento, que vai desde exercício, dieta até várias medicações”, contou o presidente do Conselho Diretor do Instituto do Coração (InCor).
Kalil elencou que já existem medicamentos no Brasil para tratamento de colesterol, tanto por via oral quanto por injeções. No caso das estatinas, tomadas como comprimido, ele explica que muitas vezes os brasileiros não aderem ao tratamento por conta de algum tipo de efeito colateral, como dor muscular.
Além disso, as injeções de anticorpos monoclonais, também já aprovados pela Anvisa, demandam aplicações a cada 15 dias.
“Essa nova medicação a diferença é administração. Ao invés de ser a cada 15 dias, por exemplo, no primeiro ano, você toma no momento zero, 90 dias depois, e depois só a cada seis meses. Então são duas aplicações por ano, facilitando a aderência ao tratamento”, acrescentou o chefe do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês.
Ele destacou um estudo publicado no The New England Journal of Medicine, em 2020, que além de demonstrar uma eficácia de até 50% de redução do colesterol LDL, teve uma adesão total ao tratamento: todos os 1560 pacientes participantes do estudo seguiram o cronograma de aplicações.
“Não é que essa medicação vai revolucionar o tratamento. Existem várias medicações que tratam o colesterol. Esse é mais um para o arsenal, que talvez no futuro facilite a aderência ao tratamento”, continuou.
“Quando a Anvisa aprova um produto para utilização, a população pode ficar tranquila e utilizar o produto sem medo. Essa medicação teoricamente deverá chegar ao Brasil até o fim do ano e vai estar disponível para a população”, concluiu.
Fonte: CNN BRASIL