Em 9 de junho, comemora-se o Dia Nacional da Imunização, sendo uma relevante data para conscientizar sobre a importância da vacinação e valorizar essa intervenção de saúde que salva milhões de vidas anualmente. Para cada fase da vida – seja bebê, criança, adolescente, gestante, adulto ou idoso -, existem diversas vacinas recomendadas e disponíveis no país.
O Ministério da Saúde disponibiliza gratuitamente mais de 20 imunizantes que protegem contra mais de 25 doenças para todos os públicos, desde recém-nascidos até a terceira idade. 2,10 Na rede privada também estão disponíveis vacinas para a imunização de todas as faixas etárias, complementando o calendário vacinal do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Segundo a infectologista e gerente médica de vacinas da GSK, Lessandra Michelin (CRM 23494-RS), à medida que os indivíduos envelhecem, seu sistema imunológico sofre alterações contínuas, e essas mudanças, associadas ao envelhecimento, caracterizam o processo chamado de imunossenescência. Esse processo de envelhecimento do sistema imunológico contribui para um aumento no risco de infecções e de evolução para formas graves de doenças.
“É importante relembrar que existem imunizantes para vacinação de adultos e idosos para prevenção de diversas doenças, nas redes pública e privada, como doença pneumocócica, coqueluche, tétano, difteria, influenza, herpes zoster, vírus sincicial respiratório (VSR), entre outras. A recomendação vacinal leva em conta, entre outros fatores, a idade e o histórico vacinal de cada indivíduo. Caso apresente uma doença crônica, é ainda mais importante conversar com seu médico sobre as vacinas que necessita realizar”.
VSR e os riscos para a população 60+
Um desses vírus que podem trazer diversos riscos para a população adulta e idosa é o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e, com a chegada do frio, a preocupação aumenta. No outono e no inverno há variação de temperatura ao longo do dia, e devido às chuvas e frio, as pessoas tendem a ficar em locais fechados, sem ventilação adequada e muitas vezes em aglomerações, favorecendo o aumento da circulação de vírus e bactérias, como o VSR.
Segundo o site InfoGripe que monitora dados de notificação de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil, tendo como fonte dados do sistema Sivep-gripe da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, até a Semana 19 que se encerrou em 11/05/2024, 41,3% dos casos reportados de SRAG em 2024 foram VSR. O relatório trouxe também dados das semanas 16 a 19, período de maior circulação do vírus nesse ano, chegando a 55,7% dos casos de SRAG terem como agente identificado o VSR.
“Esses dados mostram que o Virus Sincicial Respiratório co-circula com diversos outros vírus respiratórios, mas impactou mais do que Influenza A, Influenza B e SARS-COV-2 somados durante as semanas epidemiológicas 16 e 19 desse ano. Por isso, é importante ter atenção e cuidado nessa época do ano. Os adultos raramente são testados para o VSR e, como os sintomas podem ser confundidos com um resfriado, como coriza, tosse, febre e mal-estar, a doença acaba sendo pouco conhecida e é subdiagnosticada. No entanto, a letalidade em idosos no Brasil, segundo dados de vigilância epidemiológica, é maior do que em crianças, chegando a ser até 20 vezes maior em adultos com 60 anos ou mais”, explica Dra. Lessandra, e complementa:
“Assim como a gripe e a COVID-19, o Vírus Sincicial Respiratório pode ser facilmente transmitido através de gotículas expelidas ao tossir, espirrar, contatos próximos, como beijo, ou por superfícies contaminadas. É um vírus comum, altamente contagioso, e pode afetar o sistema respiratório, como nariz, garganta, brônquios e pulmões. Pessoas infectadas geralmente transmitem o vírus por até oito dias e, além disso, podem propagá-lo um ou dois dias antes de começarem a apresentar os primeiros sinais da doença. No entanto, alguns indivíduos, especialmente aqueles com sistema imunológico enfraquecido, podem continuar disseminando o vírus mesmo depois de cessarem os sintomas, por até quatro semanas.”
Muito conhecido por pais de crianças pequenas por ser um dos principais vírus associados à bronquiolite, o VSR também pode ser grave para a população acima de 60 anos, principalmente naqueles que possuem condições crônicas de saúde pré-existentes, também chamadas de comorbidades, e que podem ocasionar diversas complicações e infecções sérias, como pneumonia.
As condições crônicas de saúde que levam ao maior risco de hospitalização podem incluir diabetes, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), asma e Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC).